MATÉRIA
ATUALIZADA ATÉ DIA 14 DE DEZEMBRO DE 2015 – SEGUNDA-FEIRA – DIA NACIONAL DO
MINISTÉRIO PÚBLICO
BRASILEIRO DE FUTEBOL
AMERICANO
ESPECTROS VIRA SOBRE O CROCODILES E É CAMPEÃO
- Foi sofrido. Angustiante. Até o fim. Foi mais difícil e dramático do
que muitos podiam supor, mas, enfim, o João Pessoa Espectros é maior que o
Nordeste; é campeão brasileiro de futebol americano. Depois de dois
vice-campeonatos seguidos contra o Coritiba Crocodiles, os Fantasmas venceram
neste domingo justamente esse algoz das duas últimas temporadas. Em casa, no
Estádio Almeidão, em João Pessoa, fizeram 23 a 22 e conquistaram o título
inédito. Com garra, suor, choro. Quebraram a sequência do rival. Chegaram ao
topo. Merecidamente.
João Pessoa Espectros, campeão brasileiro (Foto: Hévilla Wanderley /
GloboEsporte.com/pb)
- Como já havia acontecido na decisão da Superliga Nordeste, contra o
Recife Mariners, a vitória saiu de novo com uma virada no último segundo, de
novo em um chutaço de Diego Aranha. O Espectros conseguiu o ponto do título
quando o cronômetro já denunciava o fim do jogo. E foi também o fim da espera.
Uma espera que já durava quatro anos: no primeiro, queda ainda nas semifinais;
nos dois anos seguintes, derrota na final para o mesmo Crocodiles, adversário
de hoje. E agora, a redenção. O título. A conquista. A festa.
- Veja como foi a decisão que deu o título inédito ao Campeonato
Brasileiro
- Mas não foi fácil. Longe disso. Num jogo em que o time paranaense
buscava com todas as suas forças o tricampeonato seguido, o Espectros precisou
virar a partida em três momentos. O último deles - o decisivo - gerou uma
explosão emocionante em preto e vermelho nas arquibancadas do Almeidão. Para
festejar o título inédito.
JOGO
DISPUTADO E A PRIMEIRA VIRADA
- O jogo começou quente, com duas roubadas de bola logo nos primeiros
segundos. Primeiro o Espectros roubou a bola do Crocodiles a 15 jardas de
conseguir o seu primeiro touchdown. Mas, na tentativa dos donos da casa de
abrirem o placar, os paranaenses conseguiram roubar a bola de volta. Alternando
passes e corridas, o Croco foi avançando bem para cima dos Fantasmas. E a menos
de três minutos para o fim do primeiro quarto, Gustavo Zanini correu 35 jardas
e, duas jogadas depois, Lucas Mullet marcou o primeiro touchdown da partida,
colocando o Croco à frente no placar. E com Adan convertendo o ponto extra, os
paranaenses abriram 7 a 0. O Crocodiles seguiu em cima, com o Espectros sem
conseguir evoluir, sequer passando da linha de meio de campo.
- E essa tônica de jogo seguiu até a metade do segundo quarto. Foi quando
o time da casa melhorou em campo. Foi mais para cima. Passou a acertar passes e
conseguir boas corridas. Até que Rodrigo Dantas conseguiu um excelente
lançamento para Rodrigo Massu, que marcou o primeiro TD do Espectros. Com o
ponto extra convertido por Diego Aranha, os donos da casa deixaram tudo igual
no placar. O jogo se acirrava. E ganhou contornos de drama quando, ainda antes
do intervalo, Diego Aranha chutou da linha de 26 jardas, conseguiu um field
goal, somando mais três pontos para os Fantasmas, que chegaram a sua primeira
virada no jogo e passaram à frente: 10 a 7 ao fim do primeiro tempo.
MAIS
VIRADAS, "EU ACREDITO" E TÍTULO INÉDITO
- O jogo já estava emocionante. Mas nada suficiente ao ponto de fazer os
torcedores previrem o que estava por vir. E o Crocodiles tratou de dificultar
em muito a vida do Espectros. Tanto que logo no início do terceiro quarto,
voltou a ficar à frente no placar. Numa corrida imparável, Marcos Rocha avançou
50 jardas pela lateral e marcou o segundo TD do Croco, que ainda converteu o
ponto extra e virou para 14 a 10. Foi com esse placar que a final foi para o
seu quarto, derradeiro e mais eletrizante ato.
- Coube a Rodrigo Dantas repetir o feito do primeiro TD do Espectros. Em
mais um excelente lançamento do quarterback fantasma, foi a vez de Vitor
Ramalho receber e anotar o segundo TD do time na final e virar o jogo pela
segunda vez para a sua equipe. Mas na sequência os donos da casa desperdiçaram
o ponto extra, o placar se manteve em 16 a 14 para os Fantasmas, e a tensão foi
aumentando. Gradativamente.
- Ficaram reservados para o último minuto, ainda, mais viradas. Mais
emoção. O Crocodiles tinha a posse de bola e precisava avançar forte para
buscar o título. E o time paranaense foi forte. Tanto quanto pôde. Foi
guerreiro. Buscou mais um TD. Conseguiu. Virou para 20 a 16. E como que para
confirmar que seria tricampeão pelo terceiro ano seguido, conseguiu não apenas
um, mas dois pontos extras. Abriu 22 a 16. Seis pontos de vantagem. A menos de
um minuto do fim do jogo. Era o tempo que o Espectros teria para buscar a
virada. A mais importante do domingo.
- Foi aí que a torcida paraibana entrou na partida. Ora gritando
enlouquecidamente, ora fazendo silêncio absoluto. Até chegar no empolgante
grito de "Eu acredito", quando o time ainda estava atrás no placar. O
Espectros tinha a bola. A chance - única e última - de ir à frente. Precisava
de um touchdown para empatar e levar o jogo para a prorrogação. Se conseguisse
o ponto extra em seguida, fatalmente seria campeão brasileiro. Cada passo no
seu momento. Da marca das 50 jardas, o time chegou à condição de 17 jardas
distante da end zone. E eis que, no último segundo, Diego Nascimento conseguiu
o que era preciso. TD do Espectros: 22 a 22 no placar. Explosão nas
arquibancadas. Mas havia ainda a chance do ponto extra. Um último ato. Um
último choque de emoção dos torcedores. Diego Aranha foi para o chute.
Impecável. Não haveria prorrogação. Haveria festa. Choro. Grito de
"campeão!". Dessa vez do Espectros. Agora um time do tamanho do
Brasil.
Fonte: globo.com