*
MATÉRIA ATUALIZADA ATÉ DIA 23-ABRIL-2020 - QUINTA-FEIRA * DIA DO LIVRO *
FUTEBOL - PRECISA
MUDAR URGENTE
MODELO DO FUTEBOL
BRASILEIRO JÁ SE EXAURIU
- O
modelo atual de futebol, com raríssimas exceções, se exauriu, afirma o senador
Rodrigo Pacheco.
- Ao
LANCE!, o parlamentar avalia que os clubes terão de achar 'caminhos
alternativos' para superar a crise do novo coronavírus, mas vê a chance de uma
guinada em campo
|
senador Rodrigo Pacheco |
- A
luta para o futebol brasileiro recolher seus cacos não deve ficar restrita às
consequências econômicas causadas pelo novo coronavírus. O senador Rodrigo
Pacheco (DEM-RJ) reconhece que o planejamento para esta temporada exigirá
fortes desafios para quem está envolvido com as emoções do gramado.
-
Os ganhos certamente serão diferentes de outras épocas, e todos do segmento
precisam entender isso - afirmou, ao LANCE!.
- Contudo,
mesmo em meio ao turbilhão mundial, o parlamentar reitera sua confiança de que
os clubes brasileiros têm a chance de conseguir uma "grande virada".
Responsável por protocolar o projeto Sociedade Anônima do Futebol (SAF) no
Senado, Pacheco indica os rumos para a mudança de paradigma nos gramados e
alerta para a necessidade das competições nacionais voltarem a se tornar
atrativas aos olhos do público.
-
Estamos perdendo torcedores para o mercado estrangeiro - afirmou.
LI - Quais são os
caminhos para os clubes brasileiros voltarem a se estruturar diante dos tempos
difíceis de uma pandemia?
- Senador
Rodrigo Pacheco: Estamos passando por um momento muito difícil, dos mais
desafiadores da história recente da humanidade. Como todos os outros setores, o
futebol também sofre as consequências e em decorrência terá de buscar caminhos
alternativos para superar a crise. O calendário já foi comprometido. Então, é o
momento de se usar a criatividade, a tecnologia e os novos meios de
transmissão, e de se buscar novas fontes de arrecadação. Evidentemente,
levando-se em conta sempre a segurança dos atletas, de todos os profissionais
envolvidos e do público.
L! - Além da ajuda da
CBF, está em pauta uma ajuda emergencial na qual os bancos podem socorrer os
clubes dos prejuízos causados pelo novo coronavírus. É um caminho válido?
- Senador
Rodrigo Pacheco: - Sim, estão sendo debatidos diversos caminhos, como
adiantamento de valores por parte das loterias, entre outras medidas
alternativas. Penso que precisamos avaliar todos os cenários, na busca da
melhor solução, para ajudar o segmento do futebol e não sacrificar o Estado.
L! - O senhor propôs a
criação da Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Com quais desafios os
clubes-empresas tendem a lidar neste momento?
- Senador
Rodrigo Pacheco: A Proposição da Sociedade Anônima do Futebol propõe aos clubes
um caminho, seguindo as regras do mercado de valores, para a busca de
investimentos. E esse novo caminho será fundamental na retomada da atividade
pós-crise. Viabiliza aos clubes a possibilidade de se transformarem em uma S/A.
Essa é a minha proposta. Agora, independentemente disso, o fundamental é que o
Congresso aprove um projeto que mude o paradigma da gestão do futebol.
L! - Passado este período
de pandemia e de recessão, como o clube-empresa pode achar um caminho para
atrair investidores?
- Senador
Rodrigo Pacheco: Será um período difícil para todos, para todo o mundo, mas
acredito que com a viabilidade da Sociedade Anônima do Futebol, a novidade irá
despertar uma atração no investidor, com um novo mercado. Claro, com o clube
que aderir à ideia passando por todas as tribulações que existem em uma S/A,
profissionalização, transparência e outros.
L! - Muitas agremiações,
inclusive da Série A, já vinham padecendo com problemas financeiros antes do
novo coronavírus se alastrar pelo mundo. Crê que este momento difícil também é
uma chance dos clubes reagirem nos
bastidores?
- Senador
Rodrigo Pacheco: Certamente, é o momento da grande virada do jogo. Precisamos
de um marco regulatório no futebol brasileiro. Como todos percebem, o modelo
atual, com raríssimas exceções, já se exauriu.
L! - Como garantir que o
futebol brasileiro se torne um produto atrativo?
- Senador
Rodrigo Pacheco: Hoje o futebol é um grande negócio, é muito mais que um
esporte, é uma fonte de entretenimento consolidada e como toda atividade, o
futebol brasileiro também precisa ser atrativo. Estamos perdendo jovens
torcedores para o mercado estrangeiro. Isso passa por uma série de fatores,
como estrutura, segurança, venda de produtos de qualidade e, principalmente, a
qualidade do jogo, mas sem perder nossa tradição. Não precisamos imitar o
futebol europeu em tudo. Tivemos uma grande Copa do Mundo aqui no Brasil,
estádios cheios, um belo espetáculo. Por que não podemos repetir isso aqui nas
disputas locais?
Fonte: Lancenet