MATÉRIA ATUALIZADA ATÉ DIA 12 DE DEZEMBRO DE 2014 * SEXTA-FEIRA
- DIA DA BABILÔNIA
CBFS: A CRISE DA CONFEDERAÇÃO DE FUTSAL
VEJA UM BREVE HISTÓRICO DOS FATOS
RENAN TAVARES - Presidente da CBFS |
- A tensão entre
Presidência da CBFS e federações filiadas vem se desenrolando há considerável
tempo, ante as denúncias de administração e gestão financeira irregulares da
entidade nacional de administração de desporto de futebol de salão.
Apontamentos de utilização indevida de recursos, denúncia de existência de
“caixa 2”, arbitrariedades dos administradores, entre outras irregularidades,
têm induzido a insurgência de federações
filiadas.
- Notadamente em relação
ao período de novembro e dezembro de 2012 e o ano de 2013, foram levantadas
informações e análises da situação financeira da CBFS e sua gestão, gerando a
elaboração de relatórios e documentos apontando inúmeras irregularidades na
gestão financeira da entidade nacional. A matéria fora objeto de discussão em
Assembleias Gerais datadas de 22 de março e 25 de maio de 2014, na quais foram
expostas as informações obtidas a esse respeito e amplamente debatidas.
- Destaque-se que algumas
das informações sobre irregularidades colhidas e apresentadas nas Assembleias
de prestação de contas não foram devidamente esclarecidas. Diante das graves
irregularidades, a Assembleia desaprovou as contas da CBFS, com 12 federações
votando pela desaprovação das contas, contra 7 votos contrários.
- O enredo de crise
continuou. Diante do que se evidenciou na prestação de contas da CBFS, as
Federações filiadas que desaprovaram as contas, na busca de transparência e
regularidade na administração da Confederação, mantiveram forte oposição e
pressão. Com a renúncia do anterior Presidente, no final de maio de 2014, o
Vice Presidente de competições, Renan Pimentel Tavares, assumiu o posto.
- Não satisfeitas com a
simples renúncia, uma vez que a desaprovação de contas aponta irregularidades
da gestão financeira de toda a Presidência da CBFS, o que não seria
regularizado pela simples substituição do presidente por alguém do mesmo grupo,
foi requerido, em 17 de julho de 2014, ao Presidente Renan Pimentel Tavares
convocação de Assembleia Geral Extraordinária para deliberar sobre a destituição
da Presidência, requerimento feito com a assinatura de presidentes de 20
(vinte) Federações filiadas. Não obstante, o pedido foi negado.
- A crise se aprofunda
com a arbitrariedade do atual Presidente Renan Tavares, que emitiu, em 10 de
junho de 2014, a Resolução nº 004/2014, a qual revoga anterior Resolução de nº
002/2014, de janeiro de 2014, que isentava das Federações filiadas do pagamento
de taxas e anuidades, retomando a cobrança de modo repentino e acumulado.
- A cobrança, embora
permitida, foi realizada de modo irregular e abusivo, diante do contexto que se
desenvolveu. Explique-se: em 08 de junho de 2014, após a desaprovação das
contas, realizou-se Assembleia Geral Extraordinária com o fim de debater sobre
a situação financeira da CBFS. Deliberou-se pela contratação de um escritório
de contabilidade para a realização de uma auditoria para averiguar as finanças
da CBFS.
- Sucede que logo em
seguida foi emitida a Resolução nº 004/2014 já citada. Os valores cobrados eram
abusivos, fora da capacidade econômica das Federações. Algumas Federações
tomaram conhecimento da Resolução após o prazo estipulado para realizar o
pagamento dos abusivos débitos. Ou seja, pouco tempo após a desaprovação de
contas, as Federações se tornaram inadimplentes em face da cobrança mencionada,
o que obstaria seu direito de voto em assembleias posteriores.
- Não bastasse, o
Presidente Renan Tavares convoca Assembleia Geral para o dia 09 de agosto de
2014 para convalidação das contas já reprovadas. Tendo as Federações que
votaram pela reprovação das contas se tornado inadimplentes, não poderiam votar
nessa deliberação. Muitas federações requereram certidão de regularidade junto
à CBFS, mas tiveram seu pleito negado por razão da forjada inadimplência.
- Não coincidentemente,
apenas aquelas federações apoiadoras de Renan Tavares e favoráveis à aprovação
de contas receberam certidão de regularidade, mesmo sem comprovar o pagamento
das taxas e anuidades cobradas. Apenas essas Federações, que totalizam apenas
10 de um total de 27. As contas foram aprovadas na referida Assembleia,
inobstante as graves irregularidades e denúncias apontadas na gestão financeira
que não poderiam ser regularizadas. Tratou-se de uma aprovação forjada, com
participação e votação de apenas 10 Federações apoiadoras do Presidente Renan
Tavares, deixando de fora as filiadas que anteriormente reprovaram as contas.
- A Assembleia do dia 09
de agosto foi objeto de ação judicial, em face da qual foi concedida medida
liminar para a suspensão dos efeitos da Assembleia, uma vez presentes inúmeras
irregularidades em sua convocação e realização. Hodiernamente a discussão
judicial continua em sede de recurso no Tribunal de Justiça do Ceará, devendo
ser decidido por um colegiado de 3 desembargadores, estando, atualmente, com um
placar de 1 x 1. O julgamento será definido nos próximos dias.
- Destaque-se que em 30
de novembro de 2014, por convocação de 15 Federações Filiadas, houve Assembleia
que deliberou pela destituição da atual Presidência, com a participação de 18
federações aptas a votar, tendo 2 federações deixado de votar por não
apresentar a documentação necessária. A deliberação resultou em 15 votos
favoráveis pela destituição e 1 contrário. Dessa forma, o Presidente Renan
Tavares e a Vice Louise Anne Bedê foram destituídos, embora ainda não
reconheçam a decisão soberana da Assembleia. Isso porque se recusaram a receber
a notificação da Junta Governativa da CBFS, nomeada para gerir interinamente a
entidade e conduzir novo processo eleitoral, para que cumprissem a decisão.
- A oposição que hoje 17
federações mantêm em relação à Presidência destituída trata-se de uma legítima
insurgência das filiadas contra as graves irregularidades que a gestão afastada
cometia, de forma a buscar uma administração transparente e regular da CBFS.
Também é uma contraposição à tirania desleal com que vem sendo administra a
CBFS, cujo Presidente, então destituído, age conforme seu próprio alvedrio,
desrespeitando as entidades filiadas, as quais têm seus direitos constantemente
violados por uma administração arbitrária, o que prejudica o futebol de salão
nacional.
- É importante ressaltar
que a crise que vive o futebol de salão decorre de todas as irregularidades e
arbitrariedades mencionadas, que maculam a imagem da administração desse
esporte, em virtude de gestores que conduzem a administração conforme sua
próprio vontade, desrespeitando as regras da entidade.
- As Federações
opositoras, que promoveram a destituição da presidência, as quais são,
destaque-se, maioria absoluta das entidades filiadas, não hesitarão em lutar
por uma administração da CBFS transparente, democrática e regular, tudo em prol
do desenvolvimento do futebol de salão nacional.
Fonte: Federação Mineira
de Futsal