MATÉRIA ATUALIZADA ATÉ DIA 27 DE DEZEMBRO DE 2014 * SÁBADO – DIA DE
SÁO JOÃO BATISTA
FUTEBOL
DE BASE - O QUE PRECISA MELHORAR
CINCO COISAS QUE PRECISAM MELHORAR NA BASE BRASILEIRA EM 2015
- Após o 7 a 1
sofrido contra a Alemanha na Copa do Mundo, a base brasileira foi questionada
por todos os lados. Algumas delas impertinentes, como os genéricos e
preguiçosos argumentos de que "não se treina fundamentos na base" ou
"a base está cheia de empresários".
- Outras críticas,
com mais fundamento, se referem à filosofia de jogo dos clubes e da Seleção, à
busca excessiva pelo resultado com a imposição física como prioridade no modelo
de jogo adotado. Ainda assim, é possível dizer que a base brasileira é
contraditória, como o país. A qualidade do jogador não foi perdida, ao
contrário do que muitos apregoam, mas o jogo mudou, e o Brasil precisa se
adaptar.
- Em 2014, o
blogueiro que vos escreve viu e ouviu queixas e análises de diversos coordenadores,
dirigentes e pessoas que acompanham a base brasileira. E o fim do ano é o
momento ideal para listar cinco coisas (entre muitas outras)
que precisam
melhorar em 2015. Confira:
O CALENDÁRIO
- Não há unificação
do calendário da base brasileira. O Campeonato Carioca começou em janeiro, com
os mesmos 16 clubes dos profissionais, e terminou em julho. O Paulista, que
teve início em maio e acabou em dezembro, é um gigante de 42 clubes. Não há
sequer unificação de categorias. Em São Paulo, há torneios sub-17 e sub-15. No
Rio Grande do Sul, há sub-17, sub-16, sub-15, sub-14. Na Bahia, é sub-18 e
sub-16.
- Essa falta de
unificação é o principal obstáculo para que se crie um Brasileiro Sub-20 de
pontos corridos, intenção dos clubes já há algum tempo. Empresas já se
mostraram animadas com a ideia de patrocinar o torneio, mas a falta de datas em
comum é um obstáculo. Em compensação, no sub-15, há poucas competições a serem
disputadas e um vazio no calendário.
OS GRAMADOS
- Uma das
principais queixas sobre os jogos de base no Brasil é a de que "só se vê
chutão". Mas em vários casos não há sequer a possibilidade de se treinar
toque de bola, ou disputar jogos assim (sobretudo nos jogos entre grandes e
pequenos). A qualidade dos gramados deixa a desejar, com buracos e até
desnivelamentos acintosos (sobretudo quando os grandes jogam contra os
pequenos).
AS CONDIÇÕES DE TRABALHO
- Enquanto nos
profissionais os treinadores ganham salários astronômicos, na base, o salário é
baixíssimo. Isso faz com que não haja interesse de técnicos em permanecer na
base, prejudica a continuidade do trabalho e, claro, a qualificação do
profissional que forma os jogadores do clube. Como consequência, os treinadores
priorizam o resultado para crescer na carreira. E a formação fica em segundo
plano
A CONTINUIDADE NO TRABALHO
- Na base
brasileira, muitos cargos são políticos, e o esquema funciona mais ou menos
assim: muda o presidente, muda o diretor da base. Há exceções, como o
Internacional e o Atlético-MG, mas no geral as mudanças atingem todo o clube, e
sem continuidade, não há como estabelecer uma linha de trabalho.
A TRANSIÇÃO PARA OS
PROFISSIONAIS
- No Brasil, muitas
vezes o jogador sobe com um treinador que gosta dele. Mas o técnico perde três
jogos, é demitido. Chega outro, que não gosta do estilo de jogo desse jogador,
que não gosta de voltar para os juniores e fica desmotivado. Ou não desce de
volta e e passa a completar treinos por cinco, dez minutos. Perde
condicionamento físico.
- A história é muito
comum em clubes da Série A, e muitos jogadores já se perderam assim. Além, é
claro, dos atletas que chegam com a missão de serem "salvadores da
pátria" em momentos complicados das equipes. Quem comanda todo esse
processo deveria ser o clube, com o planejamento adequado e não o treinador do
momento, que pode perder o emprego daqui a dois ou três jogos. Não é um
problema da base, mas sempre respinga em atletas mais inexperientes.
Fonte: globo.com / Pedro
Venancio