MATÉRIA ATUALIZADA ATÉ DIA 16 DE JANEIRO DE
2015 * SEXTA-FEIRA – DIA DO CORTADOR DE CANA
RIO 2016: TURBULÊNCIAS
EXTRAQUADRA PREOCUPAM
BERNARDINHO
PREOCUPADO COM A PREPARAÇÃO OLÍMPICA
- Técnico diz que recorrerá da suspensão imposta pela FIVB e espera que
"jogadores não se deixem influenciar" por problemas nos bastidores;
Serginho é "monitorado"
- Voltar ao alto do pódio em 2015 é ponto de honra, e ele não nega. Para
isso, Bernardinho não descarta a possibilidade de trazer de volta velhos
conhecidos, com uma ficha extensa de bons serviços prestados à seleção. O
líbero Serginho é um deles. Embora não tenham conversado especificamente sobre
o assunto, o técnico diz que o campeão olímpico sabe que está sendo observado.
Além de montar uma equipe forte visando aos Jogos Olímpicos de 2016, a outra
preocupação de Bernardinho nesta temporada é em fazer com que o desgaste dos
últimos meses - com relação aos problemas que o time enfrentou no Mundial da
Polônia com a Federação Internacional de Vôlei (FIVB), punições e
posicionamento contra as supostas irregularidades envolvendo a antiga gestão da
CBV - não atrapalhe a preparação nesta reta final de ciclo olímpico.
- O que me incomoda nessa história é que os jogadores não se deixem
influenciar, não deixem essa coisa aflorar na hora da preparação. Isso me
preocupa muito porque gera angústia nas pessoas. Que a gente possa trabalhar
neste sentido, de manter as coisas tranquilas e isolar, de alguma maneira, a
equipe deste tipo sentimento, em matéria de conspiração, do que vai vir contra
a gente. Nada disso. Vamos tocar as coisas como devem ser feitas e deixar isso
aí um pouco de lado. Durante o episódio da Polônia (a confusão no fim da
partida da terceira fase contra os anfitriões), em que eu não estava presente, alguns
jogadores se deixaram influenciar por esse sentimento de revolta naquele
momento. A gente aprendeu muito com tudo isso, as pessoas querem participar
mais e, se há irregularidades, os órgãos competentes vão julgar - disse
Bernardinho, que participou do Corujão do Esporte desta quinta-feira.
- Por conta do que a FIVB considerou como "mau comportamento"
durante o Mundial, multas e outras punições foram aplicadas. Bernardinho foi
suspenso por 10 jogos e recebeu multa de US$ 2.000. O líbero Mário Junior pegou
seis partidas, e Murilo, uma. Bruninho também foi multado em US$ 1.000. O
treinador diz que recorrerá até a última instância e espera poder estar à
frente da equipe na Liga Mundial.
- Isso está longe de estar definido ainda. Perderia praticamente a Liga
Mundial toda. O relatório inicial é em cima de uma mentira. Porque é como se eu
estivesse na confusão, como se tivesse ido na mesa e eu nunca estive lá. Começa
tudo em cima de falácias que não são verdadeiras. Então, tudo é contestável e
vamos recorrer até... Nem que vá à corte maior do esporte. Estamos trabalhando
em cima de todas as punições.
- A competição é a mais importante da temporada. O Brasil tem nove
títulos, e a última vez que voltou para casa com o troféu foi na edição de
2010. Nas últimas duas, ficou com a prata.
- Temos este ano a Liga Mundial, a Copa do Mundo e o Pan. Temos que
primeiro fechar um universo de jogadores que estarão em 2016, alguns que estão
no grupo B para ver quem é que nos surpreende e consegue chegar lá passando por
competições como o Pan e paralelas. A lista não está fechada. Até poque ano de
Olimpíadas não é de teste. Os que estiverem bem irão. Se estiverem com
condições físicas e bem, nós não vamos nos furtar em trazer. Os jogadores
veteranos já foram testados, se acontecer de voltar é para estarem lá. Serginho
é uma possibilidade. Não o tirei da mira. Estou observando e vendo. Vai
depender um pouco de como será o sistema olímpico, porque a questão toda que
nos preocupa é a física. Obviamente é um grande jogador e um jogador que sempre
interessa à seleção brasileira. A gente conversa muito, mas especificamente
sobre isso, não. Ele sempre fala: "Estou aí, patrão". Ele sabe que
está sendo monitorado.
- Sobre a possibilidade de se despedir da seleção após os Jogos de 2016
para ter mais tempo para a família e como a esposa Fernanda Venturini deseja,
Bernardinho não dá muitas pistas. Diz que o problema de saúde (retirou um tumor
maligno do rim) o fez repensar várias coisas, mas mostra que sua vontade seria
continuar se dividindo entre as duas funções - também comanda o time do Rio de
Janeiro na Superliga feminina.
- Dá para equacionar melhor a vida para ter um tempo maior para a família
e para as meninas. A gente tem uma equipe de trabalho que vai estar à frente o
tempo inteiro de alguma maneira. Vamos ver depois de 2016 como as coisas vão
andar nos clubes e na seleção.
Fonte: globo.com