MATÉRIA ATUALIZADA ATÉ DIA 12 DE JANEIRO DE 2016 – TERÇA-FEIRA
RIO 2016 - 2 ARENAS COM ATRASO
EMPRESA NÃO PAGA OPERÁRIOS, ATRASA 2 ARENAS E VIRA PROBLEMA PARA RIO-2016
EMPRESA NÃO PAGA OPERÁRIOS, ATRASA 2 ARENAS E VIRA PROBLEMA PARA RIO-2016
ARENA DE HIPISMO |
ARENA DETÊNIS |
- A construtora carioca Ibeg Engenharia tornou-se o mais novo problema da
preparação do Rio de Janeiro para a Olimpíada de 2016. Responsável pela
construção de duas arenas que farão parte do evento olímpico (o Centro Olímpico
de Tênis e o Centro Olímpico de Hipismo), a companhia passa por uma crise. Não
tem pago fornecedores nem funcionários, além de atrasar o cronograma de
execução de projetos considerados essenciais para os Jogos Olímpicos, que
começam daqui a pouco mais de 200 dias.
- Por causa das dificuldades enfrentadas pela Ibeg, nos primeiros dias do
ano, a empresa já foi alvo de dois protestos de operários demitidos do Centro
Olímpico de Tênis. Acabou também cobrada publicamente pela Prefeitura do Rio de
Janeiro pelo não-cumprimento de prazos na obra do Centro de Hipismo. Tanto a
obra do Centro de Hipismo como a obra do Centro de Tênis estão atrasadas.
- Orçada em mais de R$ 200 milhões, a construção do Centro de Tênis
começou em novembro de 2013. Deveria ter sido concluída em setembro de 2014.
Hoje, entretanto, 10% do projeto ainda precisa ser executado, segundo a
prefeitura.
- Desde o início do ano passado, a obra das quadras de tênis apresenta
problemas. Em fevereiro, o TCU (Tribunal de Contas da União) já apontava que o
estado do projeto era "crítico". Em março, o canteiro de obra foi
parcialmente interditado por dias pelo Ministério do Trabalho por conta da
falta de segurança para operários. Tudo isso colaborou para que o espaço não
estivesse completamente pronto em dezembro, quando foi realizado no Rio o
evento-teste de tênis para Olimpíada.
- Mesmo em obras, o Centro Olímpico de Tênis abrigou o evento-teste. Foi,
inclusive, elogiado por atletas. Acontece que, dias depois da competição,
operários que trabalharam na construção foram demitidos. Segundo o Sintracost-Rio
(Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil do Município do
Rio) nenhum deles recebeu as verbas rescisórias a quem têm direito.
- Por causa da falta de pagamento, os demitidos já realizaram duas
manifestações em frente ao Parque Olímpico: uma na quinta-feira (7) e outra na
sexta. Na quinta, após o protesto, um incêndio atingiu um container instalado
no Centro de Tênis. A polícia investiga se o incêndio é criminoso e tem relação
com a manifestação.
- Todos os demitidos são, na verdade, funcionários do Consórcio
Ibeg/Tangram/Damiani. O grupo de empresas é quem venceu a licitação para a obra
do Centro de Tênis. Ele é liderado pela Ibeg.
NOTIFICAÇÃO
POR ATRASO NO HIPISMO
- A Ibeg atua sozinha na adaptação do Centro de Hipismo de Deodoro para a
Olimpíada, projeto de R$ 157 milhões. O trabalho no local tampouco corre como o
esperado. Tanto é assim que a prefeitura publicou na sexta-feira (8), no Diário
Oficial do Município, uma convocação para que a Ibeg dê explicações sobre a situação
do projeto. Convocação parecida já havia sido feita em dezembro, mas foi
ignorada pela empresa.
"Tendo em vista o atraso verificado no cronograma da obra, a baixa
mobilização e o não atendimento a convocação publicada no Diário Oficial de
07/12/15, fica essa empresa [a Ibeg] convocada a apresentar defesa prévia, no
prazo de cinco dias úteis, estando sujeita a sanções administrativas
contratuais e legais", comunicou a administração municipal.
- O município não deu mais detalhes sobre a atuação do Ibeg na obra do
Centro de Hipismo pois aguarda um posicionamento da empresa. O percentual de
andamento do projeto não tem sido divulgado. A data de entrega da obra segue
marcada para o segundo trimestre de 2016.
PEDIDO DE
FALÊNCIA NEGADO
- No final do ano passado, a empresa Linha Viva, locadora de caminhões e
guindastes para grandes obras, solicitou à Justiça a falência da Ibeg. A
companhia alega ter contas a receber da construtora. Como os débitos não foram
pagos, a Linha Viva pediu que a Ibeg seja liquidada para que seu patrimônio
seja usado no pagamento de suas dívidas.
- O processo foi aberto no dia 14 de dezembro, mas no dia 15 já foi
extinto. O juiz Fernando Cesar Ferreira Viana, da 7ª Vara Empresarial do Rio,
entendeu só a cobrança da Linha Viva não era suficiente para falência da Ibeg.
- A construtora foi procurada pela reportagem do UOL três vezes desde
quinta-feira para comentar os problemas apresentados em obras da Olimpíada. Não
respondeu.
Fonte: uol.com