-
MATÉRIA ATUALIZADA ATÉ DIA 23 / NOVEMBRO / 2017 – QUINTA-FEIRA -
ESPORTE - MENOS GRANA EM 2018
GOVERNO
PREVÊ CORTE DE VERBAS DO ESPORTE
- Proposta para Lei Orçamentária do
Ano tem queda de 87% na verba para o ano que vem. Se não sofrer mudanças, Bolsa
Atleta pode até mesmo ser encerrado
- Governo prevê corte de verbas do
esporte para 2018, e atletas repudiam: Governo prevê corte de verbas do esporte
para 2018, e atletas repudiam:
- O governo federal enviou à Câmara
dos Deputados uma proposta para a Lei Orçamentária do Ano (LOA) para 2018 que
promete afetar radicalmente o esporte brasileiro. De acordo com uma reportagem
do site “UOL”, a verba para 2018 deve cair 87% em relação a 2017. O montante
correspondente ao item “concessão de bolsas a atletas”, por exemplo, é de R$ 70
milhões. O Bolsa Atleta, cujo custo anual chega a R$ 130 milhões, se não for
totalmente alterado, poderá até mesmo ser encerrado. O GloboEsporte.com ouviu
vários atletas brasileiros, que repudiaram a situação.
- Medalhista de prata no Campeonato
Mundial de Judô 2017 em Budapeste, na Hungria, na categoria pesos-pesados, o
mato-grossense David Moura disse considerar a situação um absurdo. Ele afirmou
estar triste com “penalização” de algumas áreas por conta da crise, como é o
caso do esporte.
- Acho um absurdo! Entendo que em um
momento de crise econômica a arrecadação governamental cai muito, sendo preciso
realizar cortes de gastos em áreas que, embora importantes, não podem ser
consideradas essenciais à vida em sociedade. Mas, me entristece ver que estas
áreas (como a do esporte) são penalizadas antes de haver uma severa correção de
verbas e benefícios recebidos por diversas classes de agentes públicos, contra
os quais a população brasileira já se posicionou diversas vezes e as casas
legislativas e a presidência da república parecem ignorar. Ao meu ver, estes
deveriam ter sido os primeiros cortes, para então se pensar em cortes nas
outras áreas. Acredito que retirar benefícios do alto rendimento pode impactar
diretamente nas próximas gerações mudando drasticamente o futuro do esporte e
da sociedade brasileira – comentou o judoca.
- Prata nos Jogos Olímpicos do Rio
de Janeiro, em 2016, a paranaense Ágatha, jogadora de vôlei de praia,
demonstrou preocupação com a possibilidade dessa queda brusca no investimento.
- Como a questão está em aberto, se
isto realmente vai se concretizar... O que eu posso falar é que eu estou aqui
torcendo para que não se torne realidade esta notícia. Já está difícil hoje em
dia com o apoio do Ministério, imagine sem! E isso eu falo tanto em relação à
Bolsa Atleta como ao apoio às Confederações, que diretamente nos proporcionam
estrutura para competirmos - avaliou.
Ágatha na época da Rio 2016 com
Bárbara - hoje ela é parceira de Duda (Foto: Reuters) Ágatha na época da Rio
2016 com Bárbara - hoje ela é parceira de Duda (Foto: Reuters)
O MINISTÉRIO DO ESPORTE
EMITIU UM POSICIONAMENTO OFICIAL.
- Esses valores constam na previsão
inicial da Lei Orçamentária Anual. O Ministério do Esporte tem trabalhado junto
ao Congresso Nacional para elevar o orçamento da pasta previsto para o próximo
ano - dizia a mensagem.
- Principal programa do Ministério
do Esporte, o Bolsa Atleta tinha previsão de consumir R$ 137 milhões este ano.
Em 2016, foram R$ 143 milhões. Mas o governo cortou o montante até chegar em R$
125 milhões. O item “concessão de bolsa a atletas” da LOA 2018 prevê apenas R$
70 milhões. Sendo que somente os atletas beneficiados entre maio e junho pelo
Bolsa Pódio deverão consumir R$ 31,5 milhões em 12 meses.
- Um dos maiores medalhistas
olímpicos do Brasil, o iatista Torben Grael, de 57 anos, que é atualmente
vice-presidente da Federação Internacional de Vela, explicou que, em muitos
casos, o Bolsa Atleta beneficiou pessoas que não deveriam ter direito ao
benefício. Mas, para ele, "manter um Ministério, mas acabar com sua verba
é pior do que extinguir o Ministério".
- Acho que o Bolsa Atleta foi mal utilizado e,
inclusive, utilizado em muitos casos por gente que não deveria ter direito a
este benefício. No caso da vela, depois de um princípio tumultuado, criamos
regras rígidas para sua utilização, seguindo as diretrizes do próprio
Ministério. Aí passa a ser positivo. Ele deveria ser um incentivo para atletas
jovens em princípio de carreira e sem apoio de clubes ou patrocinadores. Já o
Bolsa Pódio, creio deveria continuar. É apoio importante dos poucos atletas de
nível que temos no país. Manter um Ministério, mas acabar com a sua verba é
pior do que extinguir o Ministério. A pouca verba que sobrar será apenas para
manter os funcionários e não trará muitos benefícios ao esporte – completou.
- Nessa conta, o Bolsa Atleta é o
programa que teve o menor corte (50%). O item “preparação de atletas e
capacitação de recursos humanos para o esporte de alto rendimento” (ou seja, de
onde saem recursos para convênios com as confederações), por exemplo, caiu de
R$ 56,6 milhões em 2017 para R$ 7,2 milhões na Lei Orçamentária de 2018. Na
“preparação de seleções principais para representação do Brasil em competições
internacionais”, o valor desceu de R$ 40 milhões para R$ 4,8 milhões em 2018 se
não houver mudanças nesse projeto de lei no Congresso.
- Ainda há outros casos, como
“implantação de infraestrutura esportiva de alto rendimento”, que foi de R$ 60
milhões em 2017 para R$ 13 milhões em 2018, e “combate ao doping”, saindo de R$
8,7 milhões para R$ 2,7 milhões. O maior corte, entretanto, é no item
“implantação e modernização de infraestrutura para esporte educacional,
recreativo e de lazer”, que se refere a pequenas obras em equipamentos públicos
ao redor do Brasil, cairá de 462 milhões em 2017 para R$ 7 milhões em 2018 se a
LOA for aprovada.
Fonte>: globoesporte.com