30.4.20

FUTEBOL FEMININO - FIPPro FAZ RELATÓRIO


Covid-19: Futebolistas denotam ansiedade e depressão, revela ...
Portal de Fortuna MA: Futebol Feminino

* MATÉRIA ATUALIZADA ATÉ DIA 29-ABRIL-2020 – QUINTA-FEIRA * DIA NACIONAL DA MULHER *
FUTEBOL FEMININO - FIPPro
FAZ RELATÓRIO
Jogadoras de Estados Unidos e Holanda, finalistas da Copa do Mundo 2019, vencida pelos EUA — Foto: Getty Images
RELATÓRIO “RAISING OUR GAME” SOBRE O FUTEBOL FEMININO.

- A Federação Internacional dos Jogadores Profissionais de Futebol (FIFPro) divulgou o relatório “Raising Our Game” sobre o futebol feminino. Nele, elencou quatro pilares como principais conclusões e recomendações em relação à modalidade: o futebol feminino vem provando seu valor e deixando de ser visto como custo, o interesse comercial aumenta gradativamente, mais clubes e ligas em nível doméstico estão se profissionalizando, mas as jogadoras ainda precisam de mais condições seguras em relação aos contratos de trabalho.
- Com o objetivo de dar não apenas o problema, a FIFPro elencou uma série de possíveis ações a serem tomadas para que os problemas ainda vigentes no futebol feminino sejam deixados no passado. No primeiro, cita a ausência de padrões globais de condições, sujeitando as atletas a uma variedade de condições adversas de trabalho e servindo de barreira para o crescimento da indústria. 
- Como solução, pede que os agentes envolvidos estabeleçam um conjunto de padrões básicos de condições de trabalho das jogadoras profissionais de futebol - tanto para clubes quanto para seleções - reconhecendo seus direitos fundamentais como trabalhadoras e investindo em áreas que melhoram o jogo.
- Outro problema colocado é que as jogadoras não têm a chance de serem ouvidas e não podem desempenhar um papel no desenvolvimento da indústria. A sugestão é pavimentar um caminho conjunto para a frente através de uma negociação coletiva e desenvolver mais oportunidades para as jogadoras passarem para papéis de especialistas e liderança dentro do setor.
- A FIFPro comenta que enquanto as portas do futebol estão começando a se abrir para as mulheres, a profissionalização do futebol feminino ainda está enfrentando os efeitos de décadas de subinvestimento e exclusão. Diz que investimento financeiro não é suficiente. É preciso ter uma visão comum que una estratégias nacionais e implemente intervenções regulatórias para alcançar um crescimento sustentável e empregos.
- A falta de ligas competitivas, poucas partidas, temporadas curtas, discrepâncias entre equipes de elite e os demais e lacunas em muitos mercados limitam as oportunidades de desenvolvimento de jogadoras e investimento comercial, cita a entidade. Como solução, a FIFPro entende que é necessário implementar projetos de novas competições inovadoras e atraentes, com um equilíbrio entre clubes e seleções nacionais, para que jogadoras não fiquem somando ligas, clubes e torneios para completar o ano.
- A associação coloca ainda que há um interesse crescente no consumo e no patrocínio do futebol feminino. No entanto, as oportunidades comerciais não foram totalmente comprometidas e, portanto, atualmente não são realizadas. A solução, segundo a organização, seria buscar soluções para medir o valor do futebol feminino e desenvolver um roteiro de longo prazo para o sucesso, que impulsione o crescimento e oportunidade através da inovação e investimentos de longo prazo.
- Ainda no documento, são colocadas ações estratégicas necessárias que, de acordo com a FIFPro, correspondem à visão das jogadoras sobre o que é necessário para permitir que as gerações atuais e futuras alcancem o próximo nível e contribuam para o desenvolvimento geral do futebol feminino profissional.
“Não é sempre sobre dinheiro. É sobre atitude e respeito”, Ada Hegerberg, Lyon
VISÃO E LIDERANÇA
- A indústria do futebol profissional deve desenvolver uma visão comum que forneça um caminho definitivo para a evolução sustentável. O desenvolvimento dessa visão conjunta exige liderança excepcional de toda a indústria do futebol - incluindo um número crescente de profissionais do sexo feminino. Também é recomendado que patrocinadores, emissoras e outros terceiros contribuam para essa nova visão.
ESTRUTURAS DAS COMPETIÇÕES
- As jogadoras profissionais precisam de estruturas de competição sustentáveis que lhes permitam desenvolver seu talento, equilibrar seu compromisso entre competições nacionais e de clubes e se apresentar no seu ápice o tempo todo.
- As estruturas atuais de competição são insuficientes para pressionar as atletas a atingirem seu desempenho máximo.
- A criação de formatos inovadores de competição é necessária para fortalecer o cenário global do futebol de clubes nos níveis doméstico e internacional.  
- Ligas e torneios mais competitivos e equilibrados não seriam apenas significativos para jogadoras, mas também para fãs, patrocinadores e emissoras.
ESTRATÉGIAS DE INVESTIMENTO
- A implementação de uma visão comum e o design de novas estruturas exigirão investimentos - incluindo capital humano, capacidade organizacional e recursos financeiros.
- As atuais estruturas de pessoal no futebol feminino são insuficientes para apoiar o atual aumento no interesse e implementar estratégias de crescimento. Isso não significa injeções arbitrárias de dinheiro ou investimentos míopes, mas um plano estratégico de investimentos com base em prioridades e indicadores-chave de desempenho (KPIs).
- O desenvolvimento de novos modelos de renda para competições exigirá contribuições financeiras consideráveis.
- Embora estes possam ser vistos como altos custos inicialmente, eles representam investimentos inteligentes para o futuro, cita a FIFPro.
REQUISITOS PARA O FUTEBOL PROFISSIONAL
NORMAS GLOBAIS PARA A PROFISSIONALIZAÇÃO
- O jogo das mulheres profissionais está sujeito a condições adversas de trabalho que afetam negativamente o desempenho esportivo, representam obstáculos diretos ao desenvolvimento de seu potencial ou as forçam a deixar o jogo mais cedo.
- Como tal, essas condições não apenas infringem os direitos básicos das participantes, mas também bloqueiam o crescimento da indústria.
- Eles não são apenas prejudiciais às jogadoras, mas também às federações, ligas e clubes. Para proteger as condições das atletas no local de trabalho, devem ser seguidas as leis e regulamentos nacionais de emprego, além de um conjunto de padrões básicos para as condições de trabalho.
- Aplicação desses padrões no local de trabalho é essencial para criar os ambientes adequados de treinamento e competição para jogadoras executarem no auge.
- A entidade cita que é preciso garantir que as jogadoras recebam empregos decentes, seguros e protegidos na indústria do futebol.
- E para que a indústria alcance seu potencial e seja sustentável de maneira sustentável.
NORMAS GLOBAIS PARA TORNEIOS INTERNACIONAIS
- Embora as condições básicas devam se aplicar a todas as jogadoras profissionais, um conjunto separado de condições se aplica aos participantes em competições globais de elite, como torneios internacionais e continentais, tanto em clubes quanto em equipes nacionais.
- Os organizadores da competição têm o dever de garantir que as condições de jogo de suas competições sejam o mesmo padrão de elite para todas as atletas participantes e, portanto, é essencial estabelecer padrões globais para condições em torneios internacionais.
- O FIFPRO diz que está pedindo à FIFA, confederações e associações nacionais que implementem um padrão universal para condições de jogo em torneios internacionais.
- Oportunidades às jogadoras: as atletas devem ter a oportunidade de entrar e permanecer no futebol profissional como uma opção de carreira viável. Isso significa garantir mercados de emprego estáveis que criem possibilidades de segurança e longevidade na indústria como ator.
- De baixo para cima, o esporte também precisa de mais oportunidades para as meninas de nível básico brincarem e caminhos para desenvolver seu talento, se destacar e permanecer no jogo. Isso significa acesso a esquemas e academias de desenvolvimento de talentos de elite.
- Somente com acesso a ambientes de treinamento de nível superior podemos esperar que jogadoras desenvolvam as habilidades excelentes para elevar o padrão de jogo.
- Entre os itens do estudo, a FIFPro cita a importância da voz da jogadora, ou seja, do ativismo necessário e a liderança de algumas atletas ao redor do mundo.
- A entidade desenha uma linha do tempo com mudanças asseguradas muito pela atuação de suas personagens, as atletas, na luta pelos direitos.
- Entre os destaques estão Megan Rapinoe, por sua passagem em 2019 e representatividade na luta pela justiça social. Ela também foi citada como importante em 2015 quando 81 atletas de 13 países fizeram uma petição par que a Fifa mudasse a decisão da Copa daquele ano fosse em grama sintética.  
- O ano de 2019 também marcou o importante papel de Macarena Sanchez, que processou a Federação Argentina e seu clube, a UAI Urquiza, exigindo o reconhecimento do status de funcionária e dos direitos como jogadora.
- No mapa, Cristiane aparece como uma liderança no ano de 2017 quando Emily acabou demitida poucos meses depois de assumir a Seleção e jogadoras optaram por se aposentar e desencadeando uma corrente de críticas contra a CBF.
- A FIFPro coloca que a atacante brasileira foi uma importante voz atuante no episódio.
- O blog irá destrinchar ainda mais o estudo de mais de 100 páginas. Na sexta-feira, o foco ficará sobre a análise dos públicos no futebol feminino e audiência na TV nos últimos anos com destaque para cases como o do Atlético de Madrid.
Fonte: globoesporte.com/donadocampinho