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MATÉRIA ATUALIZADA ATÉ DIA 29-ABRIL-2020 – QUINTA-FEIRA * DIA NACIONAL DA
MULHER *
FUTEBOL FEMININO - FIPPro
FAZ RELATÓRIO
RELATÓRIO
“RAISING OUR GAME” SOBRE O FUTEBOL FEMININO.
- A
Federação Internacional dos Jogadores Profissionais de Futebol (FIFPro)
divulgou o relatório “Raising Our Game” sobre o futebol feminino. Nele, elencou
quatro pilares como principais conclusões e recomendações em relação à
modalidade: o futebol feminino vem provando seu valor e deixando de ser visto
como custo, o interesse comercial aumenta gradativamente, mais clubes e ligas
em nível doméstico estão se profissionalizando, mas as jogadoras ainda precisam
de mais condições seguras em relação aos contratos de trabalho.
- Com
o objetivo de dar não apenas o problema, a FIFPro elencou uma série de
possíveis ações a serem tomadas para que os problemas ainda vigentes no futebol
feminino sejam deixados no passado. No primeiro, cita a ausência de padrões
globais de condições, sujeitando as atletas a uma variedade de condições
adversas de trabalho e servindo de barreira para o crescimento da indústria.
- Como solução, pede que os agentes envolvidos estabeleçam um conjunto de padrões
básicos de condições de trabalho das jogadoras profissionais de futebol - tanto
para clubes quanto para seleções - reconhecendo seus direitos fundamentais como
trabalhadoras e investindo em áreas que melhoram o jogo.
- Outro
problema colocado é que as jogadoras não têm a chance de serem ouvidas e não
podem desempenhar um papel no desenvolvimento da indústria. A sugestão é
pavimentar um caminho conjunto para a frente através de uma negociação coletiva
e desenvolver mais oportunidades para as jogadoras passarem para papéis de
especialistas e liderança dentro do setor.
- A
FIFPro comenta que enquanto as portas do futebol estão começando a se abrir
para as mulheres, a profissionalização do futebol feminino ainda está
enfrentando os efeitos de décadas de subinvestimento e exclusão. Diz que
investimento financeiro não é suficiente. É preciso ter uma visão comum que una
estratégias nacionais e implemente intervenções regulatórias para alcançar um
crescimento sustentável e empregos.
- A
falta de ligas competitivas, poucas partidas, temporadas curtas, discrepâncias
entre equipes de elite e os demais e lacunas em muitos mercados limitam as
oportunidades de desenvolvimento de jogadoras e investimento comercial, cita a
entidade. Como solução, a FIFPro entende que é necessário implementar projetos
de novas competições inovadoras e atraentes, com um equilíbrio entre clubes e
seleções nacionais, para que jogadoras não fiquem somando ligas, clubes e
torneios para completar o ano.
- A
associação coloca ainda que há um interesse crescente no consumo e no
patrocínio do futebol feminino. No entanto, as oportunidades comerciais não
foram totalmente comprometidas e, portanto, atualmente não são realizadas. A
solução, segundo a organização, seria buscar soluções para medir o valor do
futebol feminino e desenvolver um roteiro de longo prazo para o sucesso, que
impulsione o crescimento e oportunidade através da inovação e investimentos de
longo prazo.
- Ainda
no documento, são colocadas ações estratégicas necessárias que, de acordo com a
FIFPro, correspondem à visão das jogadoras sobre o que é necessário para
permitir que as gerações atuais e futuras alcancem o próximo nível e contribuam
para o desenvolvimento geral do futebol feminino profissional.
“Não
é sempre sobre dinheiro. É sobre atitude e respeito”, Ada Hegerberg, Lyon
VISÃO E LIDERANÇA
- A
indústria do futebol profissional deve desenvolver uma visão comum que forneça
um caminho definitivo para a evolução sustentável. O desenvolvimento dessa
visão conjunta exige liderança excepcional de toda a indústria do futebol -
incluindo um número crescente de profissionais do sexo feminino. Também é
recomendado que patrocinadores, emissoras e outros terceiros contribuam para
essa nova visão.
ESTRUTURAS DAS COMPETIÇÕES
- As
jogadoras profissionais precisam de estruturas de competição sustentáveis que
lhes permitam desenvolver seu talento, equilibrar seu compromisso entre
competições nacionais e de clubes e se apresentar no seu ápice o tempo todo.
- As
estruturas atuais de competição são insuficientes para pressionar as atletas a
atingirem seu desempenho máximo.
- A
criação de formatos inovadores de competição é necessária para fortalecer o
cenário global do futebol de clubes nos níveis doméstico e internacional.
- Ligas
e torneios mais competitivos e equilibrados não seriam apenas significativos
para jogadoras, mas também para fãs, patrocinadores e emissoras.
ESTRATÉGIAS DE INVESTIMENTO
- A
implementação de uma visão comum e o design de novas estruturas exigirão
investimentos - incluindo capital humano, capacidade organizacional e recursos
financeiros.
- As
atuais estruturas de pessoal no futebol feminino são insuficientes para apoiar
o atual aumento no interesse e implementar estratégias de crescimento. Isso não
significa injeções arbitrárias de dinheiro ou investimentos míopes, mas um
plano estratégico de investimentos com base em prioridades e indicadores-chave
de desempenho (KPIs).
- O
desenvolvimento de novos modelos de renda para competições exigirá
contribuições financeiras consideráveis.
- Embora
estes possam ser vistos como altos custos inicialmente, eles representam
investimentos inteligentes para o futuro, cita a FIFPro.
REQUISITOS PARA O FUTEBOL PROFISSIONAL
NORMAS GLOBAIS PARA A PROFISSIONALIZAÇÃO
- O
jogo das mulheres profissionais está sujeito a condições adversas de trabalho
que afetam negativamente o desempenho esportivo, representam obstáculos diretos
ao desenvolvimento de seu potencial ou as forçam a deixar o jogo mais cedo.
- Como
tal, essas condições não apenas infringem os direitos básicos das
participantes, mas também bloqueiam o crescimento da indústria.
- Eles
não são apenas prejudiciais às jogadoras, mas também às federações, ligas e
clubes. Para proteger as condições das atletas no local de trabalho, devem ser
seguidas as leis e regulamentos nacionais de emprego, além de um conjunto de padrões
básicos para as condições de trabalho.
- Aplicação
desses padrões no local de trabalho é essencial para criar os ambientes
adequados de treinamento e competição para jogadoras executarem no auge.
- A
entidade cita que é preciso garantir que as jogadoras recebam empregos
decentes, seguros e protegidos na indústria do futebol.
- E
para que a indústria alcance seu potencial e seja sustentável de maneira
sustentável.
NORMAS GLOBAIS PARA TORNEIOS INTERNACIONAIS
- Embora
as condições básicas devam se aplicar a todas as jogadoras profissionais, um
conjunto separado de condições se aplica aos participantes em competições
globais de elite, como torneios internacionais e continentais, tanto em clubes
quanto em equipes nacionais.
- Os
organizadores da competição têm o dever de garantir que as condições de jogo de
suas competições sejam o mesmo padrão de elite para todas as atletas
participantes e, portanto, é essencial estabelecer padrões globais para
condições em torneios internacionais.
- O
FIFPRO diz que está pedindo à FIFA, confederações e associações nacionais que
implementem um padrão universal para condições de jogo em torneios
internacionais.
- Oportunidades
às jogadoras: as atletas devem ter a oportunidade de entrar e permanecer no
futebol profissional como uma opção de carreira viável. Isso significa garantir
mercados de emprego estáveis que criem possibilidades de segurança e
longevidade na indústria como ator.
- De
baixo para cima, o esporte também precisa de mais oportunidades para as meninas
de nível básico brincarem e caminhos para desenvolver seu talento, se destacar
e permanecer no jogo. Isso significa acesso a esquemas e academias de
desenvolvimento de talentos de elite.
- Somente
com acesso a ambientes de treinamento de nível superior podemos esperar que
jogadoras desenvolvam as habilidades excelentes para elevar o padrão de jogo.
- Entre
os itens do estudo, a FIFPro cita a importância da voz da jogadora, ou seja, do
ativismo necessário e a liderança de algumas atletas ao redor do mundo.
- A
entidade desenha uma linha do tempo com mudanças asseguradas muito pela atuação
de suas personagens, as atletas, na luta pelos direitos.
- Entre
os destaques estão Megan Rapinoe, por sua passagem em 2019 e representatividade
na luta pela justiça social. Ela também foi citada como importante em 2015
quando 81 atletas de 13 países fizeram uma petição par que a Fifa mudasse a
decisão da Copa daquele ano fosse em grama sintética.
- O
ano de 2019 também marcou o importante papel de Macarena Sanchez, que processou
a Federação Argentina e seu clube, a UAI Urquiza, exigindo o reconhecimento do
status de funcionária e dos direitos como jogadora.
- No
mapa, Cristiane aparece como uma liderança no ano de 2017 quando Emily acabou
demitida poucos meses depois de assumir a Seleção e jogadoras optaram por se
aposentar e desencadeando uma corrente de críticas contra a CBF.
- A
FIFPro coloca que a atacante brasileira foi uma importante voz atuante no
episódio.
- O
blog irá destrinchar ainda mais o estudo de mais de 100 páginas. Na
sexta-feira, o foco ficará sobre a análise dos públicos no futebol feminino e
audiência na TV nos últimos anos com destaque para cases como o do Atlético de
Madrid.
Fonte:
globoesporte.com/donadocampinho