3.6.20

FUTEBOL FEMININO - COORDENAÇÃO


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* MATÉRIA ATUALIZADA - ATÉ DIA 3-JUNHO-2020 – QUARTA-FEIRA - DIA MUNDIAL DA BICICLETA *
FUTEBOL FEMININO -
COORDENAÇÃO
UMA MULHER NO CARGO DE COORDENAÇÃO

- O cargo é estratégico por ser mais um rosto ativo importante da seleção brasileira em solo nacional, mas também fora do Brasil. É mais que necessário para o cargo, alguém que tenha know how no futebol feminino e que dialogue com comunidade da modalidade.
- Além da representatividade, coordenar a seleção feminina vai além das viagens com o time principal, é mais que necessário, que esse profissional se envolva com o desenvolvimento do futebol feminino brasileiro - com a retomada das ligas após a pandemia - fato que a médio prazo vai refletir muito nas seleções de base e principal. Acompanhando os torneios nacionais e orquestrando algo que ainda não existe: um departamento do futebol feminino dentro da CBF com profissionais do meio e não mais de pessoas apenas com boa vontade.
- Outro ponto importante é que essa pessoa vai participar da reformulação que deve acontecer após os jogos de Tóquio, em 2021. Renovação aliás que não aconteceu até agora. O Brasil vai para mais uma Olimpíada com a Rainha Marta, Cristiane e Formiga e que deve ser o último grande torneio do trio. Somado a isso, o Brasil está na disputa para sediar a Copa do Mundo de 2023, resultado será conhecido no próximo dia 25 de junho, e na candidatura do Brasil, a delegação brasileira não contava com nenhuma mulher.
- Dentro do Brasil poucas mulheres foram estimuladas a pensar esse cargo, perdemos inclusive o bonde com jogadoras que já se aposentaram com a camisa da seleção e que poderiam ocupar esse cargo, mas quem sabe no futuro.
- A diretora da FPF, Aline Pellegrino é o pedido de muitos os torcedores da seleção feminina e de quem acompanha a modalidade, porém, Pelle tem um trabalho em pleno desenvolvimento em São Paulo, com total autonomia, um departamento montado e me surpreenderia se deixasse, caso fosse convidada.
- Uma profissional estrangeira (como já acontece com a técnica da seleção principal que é sueca) é uma opção. Porém, precisa ser alguém disposto a encarar uma estrutura viciada, mas em plena evolução e que conta com o empenho e entusiasmo legítimo do presidente Rogerio Caboclo. A CBF poderia aproveitar o momento e estruturar um departamento de futebol feminino urgente!
SEM CONTROLE DA CBF, FUTEBOL FEMININO FICA NAS MÃOS DA MÁ GESTÃO DOS CLUBES
- A Confederação Brasileira de Futebol pode ter a melhor das intenções com o futebol feminino, mas como diz o velho ditado “o inferno está cheio de boas intenções”, e hoje o inferno reflete diretamente na vida de centenas de atletas do futebol feminino que também estão sofrendo com a pandemia da Covid-19. Não basta dar o peixe, tem que ensinar a pescar e acompanhar o que será feito com o pescado. A autonomia que a CBF se orgulha de praticar com os clubes é extremamente nociva ao futebol feminino, afinal, no futebol brasileiro o problema não é só financeiro, é de gestão (como está bem claro com a situação de dezenas de clubes).
- Acontece que a CBF teve uma preocupação especial com o futebol feminino ao destinar R$ 120 mil para os 16 clubes de série A do Campeonato Brasileiro e R$ 50 mil para os 36 clubes da série B. O que alguns dirigentes fizeram? Não repassaram a verba para as atletas e muitas jogadoras ficaram sem salários integrais, ajudas de custos, salários cortados, etc, como mostra o excelente levantamento feito pela repórter Camila Carelli nas Rádios CBN/Globo, com entrevistas exclusivas e denúncias por partes de atletas que optaram em não se identificar para contar os absurdos de alguns dirigentes espalhados pelo Brasil.
- Muitas pessoas que não acompanham o futebol feminino imediatamente respondem “mas os clubes não tem dinheiro nem para o masculino, imagina com o feminino” essa frase além de mostrar um grande egoísmo e falta de entendimento, também demonstra como algumas pessoas também não perceberam que o futebol feminino tem dinheiro neste momento da CBF e o que não tem é gestor interessado em fazer dar certo, tal qual já fazem com o masculino.
- Por isso é fundamental que a CBF não se esconda na tal autonomia que dá aos clubes através das federações. É preciso que a entidade máxima do futebol brasileiro repense de forma urgente e organize uma comissão própria que acompanhe o destino e o desenvolvimento do futebol feminino. É necessário que tenha um conselho técnico, ético e financeiro para a modalidade, um departamento formado por profissionais do ramo, que trabalhem de fato ligados aos clubes e federações, com o desenvolvimento de um protocolo que ataque categorias de base, times principais e que tenha acompanhamento e cobrança.
- Sim, a CBF precisa ter uma série de bedéis em cima do futebol feminino e que gostem da modalidade ou irá incorporar os mesmos problemas, deficiências e péssimas gestões do futebol masculino. A CBF tem a possibilidade de escrever uma nova história sobre o esporte e não pode se esconder atrás de uma autonomia que pode gerar por parte dos clubes mais um boicote ao futebol feminino.
- Um ótimo exemplo de gestão de federações está em São Paulo com Aline Pellegrino que tem promovido uma relação direta com os clubes paulistas para entender a demanda de cada um, assim encontrar recursos que não deixem as jogadoras sem assistência e também os clubes que precisam se adaptar a essa nova realidade.
- O futebol feminino brasileiro não é apenas a seleção brasileira, não são apenas vídeos da técnica Pia Sundhage tocando violão e nem foto de dirigente ao lados das jogadoras em datas fifa. Com investimentos (que estão acontecendo), mas mais profissionalismo pensando no macro e com isso o futebol feminino brasileiro terá condições de ter uma liga fortalecida ano a ano, jogadoras em pleno desenvolvimento técnico, novas jogadoras surgindo e consequentemente uma seleção mais forte, já que as seleções são carros chefes da CBF. É preciso mais!

Fonte: CBF - Confederação Brasileira de Futebol