* MATÉRIA ATUALIZADA - ATÉ DIA 6-JUNHO-2020 - SÁBADO
* DIA NACIONAL DO TESTE DO PEZINHO *
UFC -
AMANDA NUNES
O QUE SEPARA AMANDA NUNES DO HALL DAS ESTRELAS DO UFC
- Com números gigantes, cinturões e qualidade acima do normal no MMA,
brasileira foca no octógono, se fecha para mundo business e luta contra
preconceitos.
- Pergunte a qualquer apaixonado pelo MMA: "qual o tamanho de
Amanda Nunes como lutadora?". A resposta vai ser a mais positiva e
empolgada possível. E com justiça: a "Leoa" é a atual dona do
cinturão das categorias galo e pena do UFC, com resultados expressivos na
carreira.
- Mas a qualidade técnica, diversas vezes comprovada, encontra resistências
que travam o "boom" da brasileira para além dos córneres do octógono.
E quais os motivos para Amanda ainda não ter conquistado espaços ocupados, por
exemplo, por Ronda Rousey no auge da carreira? O que faz uma campeã já
histórica ter um alcance limitado?
MARKETING EM SEGUNDO PLANO
- Amanda saiu de Pojuca, no interior da Bahia, para fazer história. E a
escreveu toda dentro do cage. Lá enfileirou adversárias de peso e tornou-se a
primeira mulher campeã de duas categorias do maior evento da modalidade. Assim
ganhou merecida relevância. Mas o próximo passo na escalada para o hall das
lendas não depende apenas da trocação insana.
- Na grande vitrine do Ultimate o crescimento é medido por resultados e
também pelo poder de engajamento das marcas - no caso, os lutadores.
Praticamente irretocável no primeiro quesito, a Leoa, por opção própria, não
abraça o marketing.
- Amanda é discreta e pouco trabalha o nome fora dos eventos. Ao longo
da trajetória, não escondeu que o foco era ser a melhor de todos os tempos.
Teve êxito - mas quase sempre em silêncio. Superou as adversárias nos
confrontos diretos, contudo deixou pelo caminho inúmeras oportunidades de
traduzir o domínio em um número ainda mais maciço de fãs, dentro e fora do
mundo do MMA.
- De fato, a brasileira viu o número de seguidores crescer durante o
tempo: eram cerca de 30 mil no Instagram no dia 9 de julho de 2016, quando
conquistou o cinturão dos galos contra Miesha Tate. Hoje, ultrapassou a marca
de 1,1 milhão. Significativo, claro, porém nem tanto se comparado ao universo
da organização. O reflexo aparece nas vendas de pay-per-view e quantias
recebidas por luta aquém em relação a outros nomes.
DIFERENÇAS COM ESTRELAS
- A diferença fica mais clara se compararmos o alcance da brasileira com
duas potências do Ultimate:
RONDA ROUSEY - já derrotada por Amanda - não esqueceu do
desempenho e foi dominante durante muito tempo, mas aproveitou a onda para
vender a imagem. Virou ícone, mergulhou em outras áreas, ganhou o mundo
(ultrapassou 11 milhões de seguidores) e fez do sucesso a oportunidade ideal
para escancarar as portas do MMA para as mulheres, tudo com os holofotes lado a
lado.
CONOR MCGREGOR - teve ascensão meteórica. Fez do marketing
pessoal, recheado de trash talk, a primeira grande arma. Com muita qualidade,
bancou o que prometeu e chegou ao cinturão. Assim como Amanda, conquistou dois
de forma simultânea, mas entendeu a necessidade de crescer em outras áreas.
Mesmo apenas na oitava colocação no momento no ranking peso por peso entre os
homens, virou indiscutivelmente a cara do UFC e ganhou legião de fãs - são mais
de 36 milhões nas redes sociais.
RELAÇÃO COM A IMPRENSA
- O estilo mais reservado restringe o espaço de Amanda Nunes nos
principais veículos especializados em MMA pelo mundo. Mesmo em alta e objeto de
desejo da mídia, a Leoa prefere entrevistas pontuais e espaçadas. Mais se ouve
a brasileira de 32 anos nos eventos oficiais do Ultimate ou no microfone de Joe
Rogan ainda no octógono após as vitórias.
- A carreira é trabalhada em família. A assessoria, feita pela irmã, Val
Nunes, que conhece as preferências de Amanda. Em mais de uma ocasião, procurada
pela reportagem do Combate.com, por exemplo, a lutadora evitou qualquer tipo de
contato. Foram poucas e fechadas com muito esforço as oportunidades para
matérias mais produzidas, como a gravação para o Fantástico em férias no Brasil.
- O próprio MMA brasileiro já deu mostras de como o clichê "quanto
mais se é visto, mais se é falado" vale no dia a dia da profissão. Em
2011, Anderson Silva, campeão e invicto há mais de quatro anos à época, fechou
parceria aos 35 anos com a "9ine", empresa do ex-jogador Ronaldo,
para gestão de imagem e captação de patrocínios, com o objetivo de impulsionar
ainda mais uma marca já consolidada.
LUTA CONTRA OS PRECONCEITOS
- De personalidade forte, a Leoa trata com muita naturalidade as
escolhas. Numa sociedade com problemas enraizados, enfrenta dois tristes
obstáculos no caminho: a homofobia e o machismo.
- Amanda Nunes é noiva de Nina Ansaroff, também lutadora do UFC. Faz
questão de aparecer e citar a importância da parceira em todas as ocasiões,
tornando-se assim uma importante bandeira no movimento contra a homofobia,
principalmente pela posição de destaque conquistada. O casal espera, agora, o
nascimento da filha, Raegan.
- Desde muito jovem, ainda em Salvador, quando buscou os primeiros
passos no MMA, a brasileira convive em um universo dominado pelos homens. As
barreiras vão sendo quebradas lentamente ao longo dos anos - com mais força
desde a explosão de Ronda Rousey no cenário -, mas ainda é raro ver lutadoras
figurando entre rankings de maiores nomes de todos os tempo, mesmo com
resultados mais relevantes, como na lista montada recentemente por Conor
McGregor.
CARREIRA LONGE DO BRASIL
- Amanda guarda com carinho as origens no interior da Bahia, em Pojuca,
ao lado da mãe Ivete e das irmãs. O sonho de ser uma gigante do esporte obrigou
a lutadora a deixar a família para trilhar um caminho de vitórias longe do
Brasil.
- A Leoa mora e treina nos Estados Unidos. Das 13 lutas realizadas no
Ultimate, apenas três foram em solo brasileiro - uma delas a defesa do cinturão
dos galos contra Raquel Pennington, em maio de 2018. Num paralelo, José Aldo,
em 15 compromissos na organização, fez seis em casa e tem a trajetória marcada
por treinamentos no Rio de Janeiro, na Nova União.
- Pelas raras aparições na mídia, a única campeã brasileira do UFC na
atualidade acaba enfrentando um distanciamento com o público local, principalmente
os curiosos que não acompanham o esporte com afinco.
- Dona do mesmo apetite que a colocou no topo e com família, amigos e
fãs na torcida, Amanda volta ao habitat natural neste sábado. A brasileira
defende o cinturão dos penas contra Felicia Spencer, em Las Vegas, na luta
principal do UFC 250.
ONDE VER
- O Combate transmite o UFC 250 ao vivo, na íntegra e com exclusividade
neste sábado, a partir das 19h20 (de Brasília), com o "Aquecimento
Combate". O SporTV 2 e o Combate.com transmitem o "Aquecimento"
e as duas primeiras lutas do card preliminar. O site acompanha todo o evento em
Tempo Real.
UFC 250
HOJE – SÁBADO – DIA 6 DE JUNHO DE 2020 - EM LAS VEGAS
(EUA)
CARD PRELIMINAR (19h35 - horário
de Brasília):
Peso-pena: Alex Caceres x Chase Hooper
Peso-médio: Gerald Meerschaert x Anthony Ivy
Peso-galo: Cody Stamann x Brian Kelleher
Peso-médio: Charles Byrd x Maki Pitolo
Peso-mosca: Jussier Formiga x Alex Perez
Peso-meio-pesado: Alonzo
Menifield x Devin Clark
Peso-casado (até 68kg): Herbert
Burns x Evan Dunham
CARD PRINCIPAL (23h - horário de
Brasília):
Peso-pena: Amanda Nunes x Felicia Spencer
Peso-galo: Raphael Assunção x Cody Garbrandt
Peso-galo: Aljamain Sterling x Cory Sandhagen
Peso-meio-médio: Neil Magny x Anthony Rocco Martin
Peso-galo: Eddie Wineland x Sean O'Malley
Fonte: globoesporte.com