5.1.21

MMA - RETROSPECTIVA DA DÉCADA - 2011/2020

 

* MATÉRIA ATÉ DI  5 / JANEIRO / 2021 * TERÇA-FEIRA * PRIMEIRA DO ANO *

MMA - RETROSPECTIVA 

DA DÉCADA - 2011/2020

VEJA OS MAIORES LUTADORES DO MMA 


- Com a chegada de 2021, terminou a segunda década do século XXI, e o Combate.com faz a partir desta semana uma retrospectiva sobre quem movimentou o MMA neste espaço de tempo entre 2011 e 2020.

- Para começar, vamos ranquear os lutadores que mais se destacaram no esporte nesta década em que a modalidade explodiu pelo mundo:

1. JON JONES

- Foram 15 vitórias e nenhuma derrota na década. Apenas Khabib Nurmagomedov teve mais vitórias sem perder entre 2011 e 2020, mas com uma diferença crucial: enquanto o russo só foi disputar o cinturão de sua categoria em 2018, apenas uma dessas lutas de Jones não foi pelo título. O americano conquistou a cinta dos meio-pesados, então a categoria mais nobre do UFC, em março de 2011 - um mês após vencer Ryan Bader numa eliminatória pelo título - e passou o resto da década no topo.

- Apenas o próprio Jones foi capaz de derrotar a si mesmo: ele foi destituído do título três vezes, uma delas por incidente fora do cage que resultou numa prisão temporária, e as outras duas por doping. Após cada hiato, retornou e reconquistou seu cinturão, parecendo imbatível na maioria do tempo. No caminho, superou a marca de vitórias consecutivas no UFC (17) e igualou o recorde de defesas de cinturão (11).

2. CONOR MCGREGOR

- Outros lutadores de nossa lista tiveram mais vitórias e menos derrotas. Mas o conjunto da obra do "Notório" o coloca no topo. McGregor é sem dúvida o maior astro do MMA na década e na atualidade, e um dos grandes responsáveis pela chegada do UFC à grande mídia europeia e americana. O carisma do lutador irlandês junto ao público e frente às câmeras foi tão importante quanto seus impressionantes e rápidos nocautes.

- Conor McGregor venceu 18 de 20 lutas na década e foi campeão de duas categorias em duas organizações, primeiro no Cage Warriors e depois no UFC. Dessas vitórias, 15 foram por nocaute no primeiro ou segundo round, incluindo o assombroso triunfo em 13 segundos sobre José Aldo que valeu o cinturão peso-pena do Ultimate. Foi sua fama e carisma que convenceram o evento a permitir que ele disputasse a cinta do peso-leve sem abrir mão do outro título, e a vitória sobre Eddie Alvarez o tornou o primeiro campeão de duas divisões de peso do UFC simultaneamente.

- Mesmo suas derrotas foram espetaculares e quebraram recordes de vendas de pay per view: quatro dos cinco eventos de maior sucesso comercial da história do UFC são lutas de McGregor, sendo o primeiro seu acerto de contas com Khabib Nurmagomedov, com estimados 2,4 milhões de pacotes vendidos. Seu sucesso também lhe deu uma oportunidade que vários companheiros de MMA buscaram e nunca receberam: uma luta de boxe contra uma lenda do esporte, Floyd Mayweather Jr, que vendeu 4,3 milhões de pacotes de pay per view - atrás apenas da luta de Mayweather contra Manny Pacquiao.

3. RONDA ROUSEY

- Depois das surras sofridas nas suas duas últimas lutas antes de largar o MMA, as pessoas esqueceram o impacto que Ronda Rousey teve no esporte, e o quão dominante ela foi durante sua rápida e assombrosa carreira. "Rowdy" foi um fenômeno tão grande que se questionou se Floyd Mayweather teria alguma chance de vencê-la numa luta. A medalhista olímpica de judô venceu suas 12 primeiras lutas na carreira, todas elas sem levar para a decisão dos juízes e nove delas por finalização na chave de braço, que lhe deu um ar de inevitabilidade.

- Pode parecer estranho que a americana apareça à frente de Amanda Nunes, considerada a melhor lutadora de todos os tempos e que a atropelou em 48 segundos em sua última luta. Mas Ronda sobe ao pódio pela sua importância geral. Não haveria Amanda no UFC sem Rousey. A década começou com Dana White afirmando categoricamente que mulheres nunca lutariam no Ultimate. Foi Ronda, com seu carisma, personalidade e técnica, que cativou o chefão a abrir as portas para elas. Ainda antes de McGregor, também foi Ronda quem chamou a atenção da grande mídia para o MMA, com aparições em filmes, talk shows e revistas populares.

4. AMANDA NUNES

- Amanda não tem o carisma, o "pedigreé" olímpico ou o padrão europeu/norte-americano de Ronda, mas ela tem uma técnica e uma garra que superam tudo isso. A "Leoa", mulher negra natural do interior baiano, começou a década se mudando para os EUA atrás do sonho de ser lutadora profissional, sem saber nada de inglês. Com muito esforço, dormindo em academia, através de vitórias e derrotas, se estabeleceu e foi conquistando seu espaço. Terminou a década como a única lutadora a manter e defender dois cinturões do UFC, e com o recorde feminino de defesas de cinturão na companhia (seis). Pelo caminho, demoliu as duas lutadoras consideradas as melhores do mundo, Rousey e Cris Cyborg, para receber o reconhecimento de melhor de todos os tempos.

5. DEMETRIOUS JOHNSON

- Um dos lutadores mais baixos do UFC foi também seu campeão mais dominante. "Mighty Mouse" passou quase a década inteira como primeiro e único campeão peso-mosca da organização, e o fez praticamente sem sofrer riscos. Foram 11 defesas de cinturão consecutivas, recorde histórico, sem nenhum resultado questionável. Na verdade, a maior polêmica foi justamente quando ele enfim perdeu, em 2018, uma decisão dividida a favor de Henry Cejudo que muitos fãs e jornalistas viram a favor de Demetrious. Após perder o título, DJ trocou o UFC pelo ONE Championship, onde venceu o GP peso-mosca e vai disputar o cinturão em 2021.

6. KHABIB NURMAGOMEDOV

- Falou em "dominante", falou em Khabib Nurmagomedov. O "Águia" venceu todas as suas 20 lutas de MMA na década, incluindo 13 no UFC. E em todas essas, raramente perdeu um round, sempre pressionando e amassando os adversários. Uma série de lesões o impediu de disputar o cinturão mais cedo, mas quando enfim recebeu sua oportunidade, em 2018, o conquistou e não parou mais. Massacrou Conor McGregor na luta mais vendida da história do Ultimate e finalizou os campeões interinos Dustin Poirier e Justin Gaethje em seguida para (pelo menos até segunda ordem) concluir sua carreira com impressionantes 29 vitórias e nenhuma derrota.

7. CRIS CYBORG

- A "mulher mais temida do mundo" sofreu apenas uma derrota em 15 lutas na década, e foi frente a Amanda Nunes. De resto, foi atropelo atrás de atropelo, e a curitibana conquistou o "Grand Slam" do MMA feminino, feito único no esporte, ao ser campeã nas quatro principais organizações com divisões femininas do esporte: Strikeforce, Invicta, UFC e Bellator. Também vale mencionar que o Ultimate abriu a categoria peso-pena feminina em 2017 por sua causa, maior estrela feminina do esporte na época atrás de Ronda, e a rivalidade jamais resolvida com "Rowdy" ajudou a impulsionar o interesse pelo MMA na grande mídia.

8. HENRY CEJUDO

- Assim como Ronda Rousey, "Triple-C" soube traduzir sua técnica medalhista olímpica para o MMA com grande sucesso. Cejudo lutou profissionalmente por apenas sete anos e chegou ao UFC em 2014, mas foi capaz de vencer 16 de 18 combates na década e conquistar cinturões em duas categorias de peso. O americano resgatou o peso-mosca de seu quase certo encerramento ao derrotar o então campeão da divisão de cima, TJ Dillashaw, em 2019, e em seguida bateu Marlon Moraes para conquistar o título vago do peso-galo, se tornando o primeiro a ter dois cinturões do UFC e uma medalha de ouro olímpica - daí, o apelido de "Triple-C", diminutivo para "campeão triplo".

9. PATRÍCIO PITBULL

- O único desta lista que não lutou no UFC. O potiguar Patrício "Pitbull" Freire provou seu valor com uma década dominante no Bellator, principal concorrente do Ultimate nos EUA. Foram 17 vitórias em 20 lutas, dois títulos do GP peso-pena, duas conquistas do cinturão peso-pena da organização e seis defesas de título combinadas. A cereja no bolo foi a vitória sobre Michael Chandler, recentemente contratado pelo Ultimate, para levar também a cinta dos pesos-leves, tornando-o apenas o segundo lutador do Bellator com dois cinturões. Ele também é o recordista de vitórias (19) e de vitórias em lutas valendo título (nove) na história da promoção, entre outras marcas.

10. STIPE MIOCIC

- O décimo maior lutador da década é talvez o maior peso-pesado da história do UFC - ou pelo menos o mais realizado. O americano Stipe Miocic não enche os olhos pelo seu estilo de luta ou pelo seu carisma, mas venceu 16 de 19 combates nos últimos 10 anos, deixando pelo caminho nomes como Junior Cigano, Fabricio Werdum, Alistair Overeem e Francis Ngannou. Miocic derrotou Werdum num estádio com mais de 45 mil brasileiros para conquistar o cinturão, que defendeu três vezes; pode não parecer muito, mas é o recorde para pesos-pesados no UFC. Ele perdeu o título para Daniel Cormier, mas o recuperou na revanche e bateu DC mais uma vez na trilogia para não deixar dúvidas.

MENÇÕES HONROSAS DA DECADA

DANIEL CORMIER

GEORGES ST-PIERRE

JOSÉ ALDO

FABRICIO WERDUM

JOANNA JEDRZEJCZYK

VALENTINA SHEVCHENKO

EDDIE ALVAREZ

MICHAEL CHANDLER

ANDERSON SILVA

DONALD CERRONE

Fone: combate.com/ge