* MATÉRIA ATÉ DIA 11 / MARÇO /
2021 * QUINTA-FEIRA * DIA DO RIM *
COI - OLIMPIADAS NO JAPÃO EM 2021
OLIMPÍADAS DE TÓQUIO TOMAM FORMA
MAS CENÁRIO AINDA É IMPREVISÍVEL
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O dia 24 de março entrou para a história das Olimpíadas. Há exatamente um ano,
o Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciava o adiamento inédito dos Jogos
de Tóquio por causa da pandemia do coronavírus. Doze meses depois, a competição
no Japão começa a tomar forma, mesmo que ainda existam muitas incertezas da
crise sanitária internacional. Com o fim do estado de emergência em Tóquio, a
dúvida cada vez menos é se as Olimpíadas vão acontecer. A questão agora para
ser outra: como vão ser os Jogos em tempos de pandemia?
AS OLIMPÍADAS ESTÃO CONFIRMADAS ?
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As pesquisas de opinião pública apontam que a maioria dos japoneses quer que as
Olimpíadas sejam adiadas novamente ou canceladas. No entanto, o Comitê
Organizador de Tóquio e o COI trabalham para que as Olimpíadas de fato
aconteçam entre 23 de julho e 8 de agosto de 2021. Eles consideram um novo
adiamento impossível. O imponderável ainda não permite descartar totalmente um
cancelamento, mas é cada vez mais improvável os Jogos não serem realizados este
ano.
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Apesar do agravamento da pandemia no Brasil e do temor de algumas variantes do
coronavírus como a sul-africana, Tóquio confia nos protocolos de segurança que
vem adotando em suas ligas locais. Um estudo encomendado pelas principais ligas
do país apontou só nove casos de torcedores infectados em mais de 1.600 jogos
desde julho. As competições domésticas já estão acontecendo e, com o fim do
estado de emergência em Tóquio, o Japão se prepara para receber atletas
estrangeiros e torneios internacionais. As partidas das eliminatórias da Copa
do Mundo de futebol do Catar vão ser mais um teste.
O CORONAVÍRUS NÃO SE DISSEMINAR NAS OLIMPÍADAS ?
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Como evitar a disseminação do coronavírus durante os Jogos é a pergunta-chave
para a realização do evento e também a mais difícil de responder. Com o apoio
da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Comitê Organizador estabeleceu
protocolos rígidos de segurança descritos no playbook, uma espécie de código de
conduta para atletas, voluntários, jornalistas e todos os credenciados para as
Olimpíadas. Os princípios básicos são:
MONITORAMENTO DA SAÚDE - além de testes
frequentes do tipo PCR e da medição de temperatura, todos os credenciados vão
precisar baixar um aplicativo no celular para monitorar a saúde e o
deslocamento, rastreando possíveis focos de infecção.
Uso
de máscara e álcool gel.
DISTANCIAMENTO SOCIAL - pessoas credenciadas não
podem usar transporte público e podem se deslocar apenas para instalações
esportivas e locais pré-determinados, que não incluem restaurantes, bares,
pontos turísticos e lojas. Atletas são encorajados a manter 2m de distância de
outras pessoas, enquanto a recomendação para outros credenciados é de 1m.
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Esses protocolos estão sendo constantemente reavaliados de acordo com a
evolução da pandemia. O Comitê Organizador deve publicar uma atualização do
playbook em abril e outra em junho. Nesse novo texto, a frequência de testes em
atletas pode aumentar. Em vez de um PCR a cada quatro dias, a testagem pode ser
diária.
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As punições a quem ferir esse código de conduta ainda serão detalhadas, bem
como o que vai acontecer caso uma atleta que esteja competindo testar positivo
para covid-19. Apesar de todas as medidas de segurança, o Comitê Organizador
ressalta no playbook que os riscos podem não ser totalmente eliminados.
VAI SER PRECISO QUARENTENA ?
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Sim. Todos os envolvidos nas Olimpíadas vão precisar apresentar um teste do
tipo PCR negativo para covid-19 realizado até 72 horas antes do embarque para o
Japão. Um novo teste pode ser feito no desembarque dependendo do destino de
origem da pessoa. Aí se inicia um período de 14 dias de quarentena para ingressar
na bolha dos Jogos. Mesmo atletas japoneses ou que já estavam em aclimatação no
país vão precisar apresentar exame negativo para covid-19 antes de entrar na
Vila Olímpica. O Comitê Organizador ainda vai detalhar as regras para esse
período de quarentena.
VAI SER OBRIGATÓRIA A VACINA ?
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Não. A presidente do Comitê Organizador dos Jogos, Seiko Hashimoto, afirmou que
a vacinação não vai ser um pré-requisito para participar das Olimpíadas. No
entanto, a imunização é encorajada. Presidente do COI, Thomas Bach afirmou
recentemente que a China ofereceu vacinas da Coronavc aos atletas que vão aos
Jogos, mas não detalhou como ou quando vai ser a distribuição dos imunizantes.
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Alguns países colocaram os atletas olímpicos e paralímpicos no grupo
prioritário da vacinação. Romênia, Hungria e Israel já vacinam suas delegações.
Austrália, Coreia do Sul, Bélgica e Rússia também anunciaram intenção de
imunizar suas equipes. No Brasil, atletas militares serão vacinados como grupo
prioritário das Forças Armadas, segundo o Ministério da Saúde.
VAI TER TORCIDA ?
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Até o momento sim, mas apenas residentes no Japão vão ser permitidos nas
arquibancadas. No último sábado, o Comitê Organizador anunciou que os
torcedores estrangeiros vão ser barrados como forma de controle da disseminação
do coronavírus. Quase 4,5 milhões de ingressos para os Jogos já tinham sido
vendidos antes da pandemia, e cerca de 630 mil haviam sido adquiridos por
estrangeiros, que vão ser reembolsados.
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Os torcedores residentes no Japão também terão que seguir protocolos de
comportamento, mantendo distanciamento e evitando gritos e cantos - são
encorajados a bater palmas. O Comitê Organizador ainda estuda limitar torcida a
50% da capacidade das arenas - ginásios maiores podem ter máximo de 20 mil
torcedores. Essa decisão vai ser anunciada em abril.
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Os voluntários estrangeiros também foram barrados. Apenas 500 desses
voluntários vão ser liberados sob regras especiais de entrada no Japão por
terem habilidades específicas, como especialistas em certos idiomas. De acordo
com os organizadores, os estrangeiros representavam cerca de 10% do total de
80.000 voluntários que fariam parte dos Jogos antes de a pandemia de coronavírus
forçar o adiamento.
VAI TER REVEZAMENTO DA TOCHA ?
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Sim. O revezamento da tocha olímpica vai começar nesta quinta-feira, em
Fukushima, em uma cerimônia fechada ao público. A chama símbolo dos Jogos vai
percorrer todas as 47 prefeituras do Japão em 121 dias até a Cerimônia de
Abertura, no dia 23 de julho.
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O Comitê Organizador lançou um guia de medidas para evitar que o revezamento se
torne um foco de transmissão do coronavírus. Os fãs vão poder acompanhar a
passagem da tocha pelas ruas, mas são orientados a não aglomerar, a não gritar
e a não se abraçar. São encorajados apenas a aplaudir. As celebridades devem
fazer mistério sobre sua participação no revezamento, mas algumas estão
desistindo de participar, evitando assim atrair aglomerações.
VAI TER CERIMÔNIA DE ABERTURA ?
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Sim. A Cerimônia de Abertura é um dos momentos mais aguardados das Olimpíadas e
vai ser realizada no dia 23 de julho, embora muitos detalhes ainda não tenham
sido anunciados. A tendência é de que apenas 20 mil torcedores estejam
presentes nas arquibancadas do Estádio Nacional do Japão, que tem capacidade
para 68 mil pessoas. As delegações vão desfilar com número reduzido de atletas.
A pandemia do coronavírus vai ser um tema da cerimônia, colocando as Olimpíadas
como luz no fim do túnel.
QUANTO ESTÁ CUSTANDO O ADIAMENTO DAS OLIMPÍADAS ?
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Uma operação inédita como o adiamento das Olimpíadas tem um custo elevado. O
Comitê Organizador promete transparência com as contas, apesar de não detalhar
as previsões de gastos. Especialistas estimam que o valor adicional provocado
pelo adiamento gire em torno de US$ 2,7 bilhões (quase R$ 14,9 bi na cotação
atualizada). Assim, o custo total dos Jogos pode ultrapassar os US$ 16 bilhões
(mais de R$ 88 bi).
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Desde o anúncio do adiamento dos Jogos, em março, o COI e as autoridades
japoneses não se entendem sobre a divisão de responsabilidade com as contas
extras das Olimpíadas. Em um primeiro momento, o COI afirmou que Shinzo Abe,
então primeiro-ministro do Japão, concordou que o país continuasse a cobrir os
custos. Tal acordo logo foi negado pelo então secretário-chefe do gabinete
japonês e atual primeiro-ministro, Yoshihide Suga.
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Em maio de 2020, o COI anunciou a criação de um fundo de US$ 800 milhões (mais
de R$ 4,4 bilhões) para cobrir o impacto financeiro da crise do coronavírus no
esporte. Destes recursos, US$ 650 milhões (mais de R$ 3,5 bilhões) foram
destinados à organização dos Jogos de Tóquio. O valor corresponde a cerca de
24% do estimado para os custos extras das Olimpíadas. Os outros 76% parecem ter
sobrado para os japoneses.
Fonte:
redação do ge