11.11.16

TAEKWONDO - CBTKD – DIRETORIA AFASTADA

CBTKD 2

– MATÉRIA ATUALIZADA ATÉ DIA 11 DE NOVEMBRO DE 2016 – SEXTA-FEIRA –
TAEKWONDO - CBTKD - DIRETORIA AFASTADA
JUSTIÇA AFASTA DIRETORIA DA CBTKD APÓS DENÚNCIAS DE FRAUDE E DESVIO DE VERBA
- Aos poucos, o cerco começa a se fechar para uma quadrilha responsável por fraudes em licitações, superfaturamento, falsidade ideológica e desvio de recursos públicos do Ministério do Esporte destinado a confederações esportivas e a milhares de atletas olímpicos. O esquema envolvendo a SB Marketing e Promoções e dirigentes de entidades como a Confederação Brasileira de Taekwondo (CBTKD) já havia sido revelado em uma reportagem do "Fantástico", da TV Globo. Na última quarta-feira, após quatro sessões de julgamento, os desembargadores da 3ª câmara cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) determinaram o afastamento da diretoria da entidade, não apenas do presidente, Carlos Fernandes.
- O TJRJ também decretou uma intervenção na confederação pelo prazo de 90 dias, além da nulidade de todos os atos praticados pela gestão do presidente interino. Deste modo, Fernandes foi obrigado a se afastar do cargo pela Justiça Criminal e Cível. O presidente e outros membros da diretoria respondem por peculato, associação criminosa e fraude em licitações e documentos, perante as 2ª e 4ª Varas Federais Criminais do Rio. O inquérito foi feito pela Delegacia de Repressão a Corrupção e Crimes Financeiros (DELECOR) do Rio. Em um comunicado, a CBTKD comentou a decisão da Justiça e disse que o interventor ainda não foi nomeado.
- Apesar de a CBTKD ter cumprido integralmente a decisão judicial que determinou a realização de assembleias para votação de novo estatuto e eleição da diretoria, a terceira câmara cível do TJRJ entendeu que houve irregularidade em sua convocação, decidindo pelas suas respectivas anulações e pela nomeação de interventor com o objetivo de realizar novamente as assembleias. A decisão, contra a qual poderá ser interposto eventual recurso, ainda não foi publicada e ainda não há interventor nomeado - comunicou o departamento jurídico da CBTKD através de sua assessoria de imprensa.
- Eleito para o cargo em 2010, Fernandes alterou o estatuto para proibir estrangeiros de serem  eleitos para a presidência da CBTKD. O veto atingiu as federações de São Paulo e Minas Gerais, presididas na época por sul-coreanos, e de Roraima, que havia declarado o seu apoio aos candidatos de oposição e se desfiliou. O dirigente acabou por se reeleger em 2013 e, inconformado, Diogo Silva, medalhista de ouro nos Jogos Pan-Americanos do Rio 2007, pediu a sua cassação.
- Diogo Silva tem comunicado os órgãos e as pessoas sobre o que passa no mundo do taekwondo e, através da mídia, tem o intuito de pressionar as autoridades para tomarem medidas em prol do esporte. No próximo dia 30, ele estará em Brasília com João Derly e uma comissão de atletas e ex-atletas para lutar no Congresso Nacional contra o foro privilegiado e outros benefícios que possam prejudicar as investigações. Diogo fez questão de destacar neste processo o papel de Marcelinho Barros, responsável pela Federação de Minas Gerais e quem moveu a ação contra a CBTKD. Segundo o lutador, Barros vem travando uma briga por seis anos com a entidade e "tudo o que vem acontecendo é pelo empenho dele".
- O afastamento do presidente e da equipe dele foi decidido ontem pela vara. E o próximo passo é o pedido de prisão. As confederações olímpicas passaram por uma investigação da Polícia Federal, e a operação do taekwondo foi batizada de "Contra Golpe", na qual foram vistas possíveis irregularidades da Confederação (CBTKD) com o Ministério do Esporte, como o desvio do dinheiro para o treinamento de atletas e a manutenção de materiais de treinamento. Na investigação, descobriram uma organização maior de uma empresa que gerenciava essas fraudes e ensinava como fraudar as licitações. Esta empresa também distribuía preservativos nos Jogos Olímpicos do Rio, com outro nome, para que não fosse puxado nenhum vestígio. No taekwondo, a sentença foi devido a fraude de licitação e manipulação das regras da instituição - explicou Diogo Silva, em uma referência à SB Marketing e Produções.
- A empresa SB Marketing e Produções é investigada por falsificar documentos, com a conivência dos dirigentes de confederações, para vencer licitações e gerir verbas destinadas pelo Ministério do Esporte, realizando serviços por preços muito acima do valor de mercado. O valor total dos convênios suspeitos com a participação da empresa ultrapassa a casa de R$ 30 milhões.
- A Polícia Federal investiga empresas e confederações esportivas por irregularidades no ciclo olímpico que podem ter levado atletas ao prejuízo durante o processo de preparação dos Jogos. Entre os crimes, estão fraudes de licitação, superfaturamento e falsidade ideológica. As compras de materiais, como coletes usados para as lutas, tatames, programas de computador e aparatos eletrônicos teriam sido superfaturadas. Outros itens foram comprados com dinheiro federal através de convênios com o Ministério do Esporte, mesmo quando os itens eram licitados. As confederações de taekwondo, tiro com arco, tiro esportiva e esgrima são alguns dos alvos.
- As fraudes teriam ocorrido na compra de itens como coletes para prática de lutas, tatames, equipamentos eletrônicos e programas de computador para análise de desempenho. Itens que foram licitados e comprados com dinheiro federal, oriundo de convênios com o Ministério do Esporte. Ao menos 14 convênios estão sob investigação no esquema, que envolve mais de sete empresas, dentre elas, a SB Marketing e Produções.
Fonte: globo.com