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MATÉRIA ATUALIZADA ATÉ DIA 20 de SETEMBRO de 2017 – QUARTA-FEIRA -
ESPORTE
– MENOS GRANA EM 2017
GOVERNO PREVÊ CORTE DE VERBAS DO
ESPORTE
- Proposta para Lei Orçamentária do Ano tem queda de 87% na
verba para o ano que vem. Se não sofrer mudanças, Bolsa Atleta pode até mesmo
ser encerrado
- Governo prevê corte de verbas do esporte para 2018, e
atletas repudiam: Governo prevê corte de verbas do esporte para 2018, e atletas
repudiam:
- O governo federal enviou à Câmara dos Deputados uma
proposta para a Lei Orçamentária do Ano (LOA) para 2018 que promete afetar
radicalmente o esporte brasileiro. De acordo com uma reportagem do site “UOL”,
a verba para 2018 deve cair 87% em relação a 2017. O montante correspondente ao
item “concessão de bolsas a atletas”, por exemplo, é de R$ 70 milhões. O Bolsa
Atleta, cujo custo anual chega a R$ 130 milhões, se não for totalmente
alterado, poderá até mesmo ser encerrado. O GloboEsporte.com ouviu vários
atletas brasileiros, que repudiaram a situação.
- Medalhista de prata no Campeonato Mundial de Judô 2017 em
Budapeste, na Hungria, na categoria pesos-pesados, o mato-grossense David Moura
disse considerar a situação um absurdo. Ele afirmou estar triste com
“penalização” de algumas áreas por conta da crise, como é o caso do esporte.
- Acho um absurdo! Entendo que em um momento de crise
econômica a arrecadação governamental cai muito, sendo preciso realizar cortes
de gastos em áreas que, embora importantes, não podem ser consideradas
essenciais à vida em sociedade. Mas, me entristece ver que estas áreas (como a
do esporte) são penalizadas antes de haver uma severa correção de verbas e
benefícios recebidos por diversas classes de agentes públicos, contra os quais
a população brasileira já se posicionou diversas vezes e as casas legislativas
e a presidência da república parecem ignorar. Ao meu ver, estes deveriam ter
sido os primeiros cortes, para então se pensar em cortes nas outras áreas. Acredito
que retirar benefícios do alto rendimento pode impactar diretamente nas
próximas gerações mudando drasticamente o futuro do esporte e da sociedade
brasileira – comentou o judoca.
- Prata nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, a
paranaense Ágatha, jogadora de vôlei de praia, demonstrou preocupação com a
possibilidade dessa queda brusca no investimento.
- Como a questão está em aberto, se isto realmente vai se
concretizar... O que eu posso falar é que eu estou aqui torcendo para que não
se torne realidade esta notícia. Já está difícil hoje em dia com o apoio do
Ministério, imagine sem! E isso eu falo tanto em relação à Bolsa Atleta como ao
apoio às Confederações, que diretamente nos proporcionam estrutura para
competirmos - avaliou.
Ágatha na época da Rio 2016 com Bárbara - hoje ela é
parceira de Duda (Foto: Reuters) Ágatha na época da Rio 2016 com Bárbara - hoje
ela é parceira de Duda (Foto: Reuters)
O MINISTÉRIO DO ESPORTE EMITIU UM POSICIONAMENTO OFICIAL.
- Esses valores constam na previsão inicial da Lei
Orçamentária Anual. O Ministério do Esporte tem trabalhado junto ao Congresso
Nacional para elevar o orçamento da pasta previsto para o próximo ano - dizia a
mensagem.
- Principal programa do Ministério do Esporte, o Bolsa
Atleta tinha previsão de consumir R$ 137 milhões este ano. Em 2016, foram R$
143 milhões. Mas o governo cortou o montante até chegar em R$ 125 milhões. O
item “concessão de bolsa a atletas” da LOA 2018 prevê apenas R$ 70 milhões.
Sendo que somente os atletas beneficiados entre maio e junho pelo Bolsa Pódio
deverão consumir R$ 31,5 milhões em 12 meses.
- Um dos maiores medalhistas olímpicos do Brasil, o iatista
Torben Grael, de 57 anos, que é atualmente vice-presidente da Federação
Internacional de Vela, explicou que, em muitos casos, o Bolsa Atleta beneficiou
pessoas que não deveriam ter direito ao benefício. Mas, para ele, "manter
um Ministério, mas acabar com sua verba é pior do que extinguir o
Ministério".
- Acho que o Bolsa
Atleta foi mal utilizado e, inclusive, utilizado em muitos casos por gente que
não deveria ter direito a este benefício. No caso da vela, depois de um
princípio tumultuado, criamos regras rígidas para sua utilização, seguindo as
diretrizes do próprio Ministério. Aí passa a ser positivo. Ele deveria ser um incentivo
para atletas jovens em princípio de carreira e sem apoio de clubes ou
patrocinadores. Já o Bolsa Pódio, creio deveria continuar. É apoio importante
dos poucos atletas de nível que temos no país. Manter um Ministério, mas acabar
com a sua verba é pior do que extinguir o Ministério. A pouca verba que sobrar
será apenas para manter os funcionários e não trará muitos benefícios ao
esporte – completou.
- Nessa conta, o Bolsa Atleta é o programa que teve o menor
corte (50%). O item “preparação de atletas e capacitação de recursos humanos
para o esporte de alto rendimento” (ou seja, de onde saem recursos para
convênios com as confederações), por exemplo, caiu de R$ 56,6 milhões em 2017
para R$ 7,2 milhões na Lei Orçamentária de 2018. Na “preparação de seleções
principais para representação do Brasil em competições internacionais”, o valor
desceu de R$ 40 milhões para R$ 4,8 milhões em 2018 se não houver mudanças
nesse projeto de lei no Congresso.
- Ainda há outros casos, como “implantação de infraestrutura
esportiva de alto rendimento”, que foi de R$ 60 milhões em 2017 para R$ 13
milhões em 2018, e “combate ao doping”, saindo de R$ 8,7 milhões para R$ 2,7
milhões. O maior corte, entretanto, é no item “implantação e modernização de
infraestrutura para esporte educacional, recreativo e de lazer”, que se refere
a pequenas obras em equipamentos públicos ao redor do Brasil, cairá de 462
milhões em 2017 para R$ 7 milhões em 2018 se a LOA for aprovada.
Fonte>: globoesporte.com