* MATÉRIA ATUALIZADA - ATÉ DIA 6-JUNHO-2020 –
SEGUNDA-FEIRA * DIA DO CITRICULTOR *
FÓRMULA 1 - RETORNO SEM
PÚBLICO
MELHOR SEM PÚBLICO DO QUE NÃO CORRER EM 2020
- A notícia da semana no automobilismo, sem dúvidas, foi o anúncio da
nova primeira parte do calendário da Fórmula 1 em
2020. A maior categoria do esporte a motor chegou a tentar organizar o
GP da Austrália, em Melbourne, no fim de semana do dia 15 de março. Mas a
pandemia da Covid-19 acabou forçando o cancelamento do evento a minutos do
início do primeiro treino livre. Desde então, as fábricas foram fechadas e a
organização começou a trabalhar com o novo cenário. As oito primeiras corridas
do campeonato foram anunciadas na última terça, com algumas medidas inéditas.
- Serão oito corridas na Europa: duas na Áustria e Inglaterra; Hungria,
Espanha, Bélgica e Itália completam essa primeira fase. Essa sequência de
corridas já fará com que a temporada se torne válida à luz do regulamento
esportivo da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), que exige pelo
menos oito GPs por ano. A partir daí, a categoria precisará de mais sete provas
para chegar ao mínimo para o lado comercial: os contratos falam em 15 GPs para
ocorrer pagamento integral dos patrocinadores e dos donos de direitos de
transmissão. Para ter segurança sanitária, a categoria já cogita mais duas ou
três datas na Europa, onde a pandemia já arrefeceu: Mugello e Imola, na Itália;
Hockenheim, na Alemanha; e Algarve, em Portugal, já estão em contato.
- Para tornar viável essa primeira sequência de corridas no campeonato,
a organização da Fórmula 1 tomou medidas sanitárias bem rígidas. Primeiramente,
não teremos público nos autódromos e os GPs serão realizados com o mínimo
possível de pessoas para a operação das equipes, do circuito e da transmissão
oficial de TV. Além disso, todo o pessoal autorizado a viajar para as corridas
será testado para a Covid-19 previamente e durante os eventos. As viagens serão
realizadas, em sua ampla maioria, em voos fretados e, por último, medidas de
distanciamento social serão implantadas nos autódromos.
- Melhor correr sem público do que não correr. Não é o ideal, mas é o
possível - disse Ross Brawn, diretor esportivo da F1, em abril.
- Essa frase de Ross Brawn diz muito sobre os objetivos da Fórmula 1 em
2020. Cancelar a temporada inteira seria um desastre em termos comerciais para
a própria categoria e para as equipes. A crise financeira causada pela pandemia
da Covid-19 já está sendo bastante nociva para os times independentes. A
McLaren, por exemplo, teve um aporte de £300 milhoes (R$ 2 bilhões) dos
acionistas e busca mais £275 milhoes (R$ 1,7 bilhão) para equilibrar o resto
das finanças. A Williams, ainda que a pandemia não seja a principal responsável
pela crise (leia mais aqui), também não está bem das pernas. Para manter a F1
com um futuro sustentável economicamente, era essencial entrar na pista neste
ano.
- Só que é óbvio que não daria para fazer isso sem o mínimo de segurança
sanitária. Com a diminuição de casos na Europa nos últimos meses, a Fórmula 1
conseguiu viabilizar uma espécie de bolha. Ou seja: um controle rígido da saúde
das pessoas que farão os eventos. Mas o mais importante para isso foi a
restrição geográfica, em um primeiro momento, ao continente europeu. A Nascar
fez o seguinte movimento para voltar em maio nos Estados Unidos: restringiu o
número de pessoas e fez eventos na região de Charlotte, onde fica a maioria das
equipes, ampliando o calendário aos poucos.
PRIMEIRA PARTE DO CALENDÁRIO DA FÓRMULA 1
EM 2020
DATA CORRIDA CIRCUITO HORÁRIOS
5/7 GP DA ÁUSTRIA SPIELBERG 10H10
12/7 GP DA ESTÍRIA SPIELBERG 10H10
19/7 GP DA HUNGRIA HUNGARORING 10H10
2/8 GP DA INGLATERRA SILVERSTONE 10H10
9/8 GP 70 ANOS DA F1 SILVERSTONE 10H10
16/8 P DA ESPANHA BARCELONA 10H10
30/8 GP DA BÉLGICA SPA-FRANCORCHAMPS 10H10
6/9 GP DA ITÁLIA MONZA 10H10
- Foi exatamente o que a Fórmula 1 fez: regionalizou o calendário, com
viagens curtas, para ir ampliando a cobertura geográfica aos poucos. Estão
previstas oito corridas em dez fins de semana, com o mesmo pessoal. A
expectativa é que a segunda sequência do calendário atenda a corridas na
Eurásia: Rússia e China (com possibilidade de rodadas duplas); a terceira, nas
Américas: México, EUA e Brasil; e a última, no Oriente Médio: Barein (rodada
dupla) e Abu Dhabi (encerramento do campeonato). Todas as datas não foram
reveladas a princípio justamente por causa da evolução da pandemia, já que
vários países e continentes estão em momentos diferentes da crise sanitária. Em
vez de anunciar o novo calendário todo e depois cancelar as corridas, melhor ir
anunciando por fases. Boa medida.
- Em suma: se a gestão da crise sanitária por causa da pandemia antes do
GP da Austrália foi péssima, tudo o que foi feito pela Liberty Media, dona da
Fórmula 1, na sequência foram medidas muito bem acertadas. A meu ver, cancelar
o campeonato inteiro seria uma medida errada, ainda mais se outras modalidades
fossem (e já estão sendo) retomadas ao longo do ano. Depois, a cautela de
anunciar medidas assertivas para minimizar riscos. E, por último, a ideia de
revelar o calendário por fases. O erro da Austrália, a meu ver, foi compensado
pelos acertos dos últimos meses.
- Afinal, para o bem da categoria, é como disse Ross Brawn: melhor
correr sem público do que não correr. E que volte a Fórmula 1.
GP NO BRASIL
Diretor técnico da F1 - Ross Brawn |
- Após o anúncio da definição do novo calendário da temporada 2020, com
as oito primeiras corridas já confirmadas na Europa, a Fórmula 1 deixou em
aberto sobre quais provas serão realizadas fora do Velho Continente este ano.
Diretor técnico da categoria, Ross Brawn disse na última quinta-feira que está
confiante que países como o Brasil, que passam por um momento delicado em
relação ao controle do Covid-19, estarão em uma situação melhor para poder
receber um GP mais para frente.
- A primeira prova do calendário será o GP da Áustria, dia 5 de julho.
As outras 7 provas em solo europeu serão disputadas na Inglaterra (2 GPs),
Áustria (outra), Hungria, Espanha, Bélgica e Itália.
- O Brasil está no meio de um período muito difícil. O México também
está no meio de um período muito difícil. Mas estamos otimistas de que essas
situações melhorarão e, portanto, seremos capazes de construir um programa em
torno disso - explicou Brawn, em entrevista à BBC.
- Na última semana, a Fórmula 1 confirmou as informações de que pretende
realizar entre 15 e 18 corridas na temporada 2020. Não há um calendário preciso
após a 8ª prova, mas uma projeção de como o campeonato será disputado, seguindo
um planejamento logístico entre os continentes.
Fonte: FIA / globoesporte.com / Rafael Lopes