12.1.15

VOLEI: PRESIDENTE DA FIVB AMEAÇA CAPITÃO



Regras do Vôlei 
MATÉRIA ATUALIZADA ATÉ DIA 12 DE JANEIRO DE 2015 * SEGUNDA-FEIRA – DIA DO EMPRESÁRIO CONTÁBIL
VOLEI: PRESIDENTE DA FIVB AMEAÇA CAPITÃO
BERNARDINHO REVELA AMEAÇA DE ARY GRAÇA CONTRA SEU FILHO BRUNINHO

- Rio de Janeiro (RJ) - O técnico da Seleção Brasileira masculina de vôlei e do time feminino do Rexona-Ades (RJ), Bernardinho, afirmou que o ex-presidente da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), Ary Graça, ameaçou processar seu filho Bruno Rezende, capitão do Brasil. O treinador revelou que o atual mandatário da Federação Internacional de Vôlei (FIVB) enviou um email para Bruninho o avisando que iria à Justiça caso o levantador continuasse a se manifestar sobre as denúncias de corrupção na CBV em sua gestão.
a- “No contato que teve, o Bruno não me falou, mas depois eu vim a saber, o doutor Ary mandou um e-mail a ele meio que ameaçando, dizendo que ia processar, fazer e tal se ele fizesse alguma coisa. E ele simplesmente disse que a Justiça está aberta a qualquer pessoa que quiser fazer uso dela. Uma coisa que, particularmente, me chateou ainda mais. A briga dele não é conosco, provavelmente seja até com a consciência dele. Eu não quero brigar com ninguém, mas não vou fugir de briga nenhuma se tiver que brigar”, contou Bernardinho, em entrevista ao jornal O Globo.
- Em dezembro, a FIVB atribuiu punições para Bruninho, Bernardinho, Mário Junior e Murilo por conta do não cumprimento de algumas normas em relação às entrevistas coletivas durante o Mundial da Polônia, realizado em setembro de 2014.
- Depois, como resposta, a CBV anunciou que não apresenta mais interesse em sediar as finais da Liga Mundial, marcada para acontecer em julho, no Rio de Janeiro.
Fonte: agazetaesportiva.net
ENTENDA O IMBLORIO
- Brasília - A Controladoria-Geral da União (CGU) detectou irregularidades de R$ 30 milhões em 13 contratos da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) firmados entre 2010 e 2013. Segundo relatório de auditoria especial da CGU, a CBV usou o dinheiro do patrocínio do Banco do Brasil (BB) para fazer vários pagamentos a empresas pertencentes a dirigentes, ex-dirigentes e parentes. Entre eles estão os genros do ex-presidente da CBV Ary Graça. Há suspeita de que os serviços não tenham sido executados e de que parte das empresas sequer existam. Em nota, o BB informou que suspendeu o patrocínio e que vai retomá-lo apenas se a entidade adotar imediatamente todas as recomendações feitas pela controladoria, "além de outras identificadas pelo banco como necessárias".
- Segundo a CGU, os auditores verificaram que parte do repasse do bônus de performance pago pelo BB não estava sendo destinada aos atletas e à comissão técnica. Enquanto isso, aumentaram bem acima da inflação os gastos com despesas administrativas e operacionais, justamente no período em que a CBV contratou empresas de dirigentes e ex-dirigentes. A CGU recomenda que a CBV adote medidas para eliminar as irregularidades e, assim, mantenha o patrocínio do BB.
- De acordo com a instituição financeira, parte das medidas corretivas apontadas pela CGU foram previamente identificadas pelo banco e constam de aditivo contratual negociado com a CBV. Não houve, porém, resposta final por parte da CBV a esse aditivo, informou o BB. "O Banco do Brasil reitera que não irá compactuar com qualquer prática ilegal, ou que seja prejudicial ao esporte e à comunidade do vôlei, e entende ser necessário que a CBV adote novas práticas de gestão que tragam mais disciplina e transparência à aplicação dos recursos", informou o banco em nota.
- Entre as empresas citadas pela CGU estão a LG Vídeo Filme Produções Ltda, que recebeu R$ 1,1 milhão em 2013, e a Acquatic Confecção de Artigos do Vestuário Ltda, que levou mais de R$ 1,6 milhão. Elas pertencem a genros do ex-presidente Ary Graça. Segundo a CGU, há indícios, como a emissão de notas fiscais sequenciais, de que as duas empresas talvez nem existam. O ex-diretor da CBV Marcos Antônio Pina Barbosa é sócio de outras duas empresas - Logística & Serviços Ltda e à SMP Sports Marketing - que não têm nem mesmo sede física, mas, mesmo assim, receberam R$ 6,6 milhões da CBV entre 2010 e 2012.
ARY GRAÇA REBATE ACUSAÇÕES
- Segundo a CGU, a auditoria comprovou o envolvimento de dois ex-superintendentes da CBV: Fábio Azevedo e José Fardim. A Controladoria concluiu que Azevedo é sócio de três empresas - S4G Gestão de Negócios, S4G Planejamento e Marketing e S4G Gestão de Eventos - que não têm estrutura física e receberam R$ 14 milhões da CBV. No caso de Fardim, ele é dono da 4F Brasil Gestão de Negócios, que recebeu R$ 1 milhão da CBV em 2013. Segundo a CGU, ele trabalhou na CBV até a véspera do fechamento do contrato com a sua empresa.
- Completam a lista de empresas que pertencem a dirigentes, ex-dirigentes ou parentes: Advocacia Valmar Paes, que recebeu R$ 2,4 milhão entre 2010 e 2013; Smiranda Eventos Ltda, que levou R$ 1,4 milhão em 2013; Eco Graphics Serviços e Comércio Ltda, que recebeu R$ 928 mil em 2013; PS Contax, que ganhou R$ 104 mil em 2012 e 2013; e Acal, que levou R$ 154 mil em 2012 e 2013. Há ainda empresas contratadas cujos funcionários também trabalham na CBV. É o caso da MWangler, que tem como diretor de eventos um empregado da confederação. Além disso, parte das empresas empregavam funcionários ou ex-funcionários da entidade como contadores.
- Em comunicado emitido por sua assessoria, Ary Graça afirmou que 'não teve, até o momento, acesso ao relatório da CGU', refutou as acusações e reafirmou que 'auditoria externa da Price na CBV avaliou todos os contratos e não encontrou nenhuma ilegalidade'. Ainda de acordo com o dirigente, 'houve efetiva contraprestação dos serviços contratados, o que pode ser evidenciado por provas documentais e testemunhais'. Na opinião de Ary Graça, 'seria impossível o voleibol brasileiro ter chegado ao ponto que chegou sem a efetiva prestação dos serviços pelas empresas'. O comunicado afirma que o aumento do valor do patrocínio do Banco do Brasil em mais de R$ 100 milhões foi fruto do trabalho de dois anos feito por um grupo de especialistas, sem participação de Ary Graça.
RELATÓRIO RECOMENDA RESSARCIMENTO DE GASTOS
- Entre as recomendações do relatório, está o ressarcimento dos gastos com essas empresas. A CGU também recomenda que a CBV apure se há outros serviços pagos e não executados. Propõe ainda a criação de um comitê, com a participação de atletas, comissão técnica, mídia especializada e outras pessoas ligadas ao vôlei, para auxiliar a CBV no planejamento de longo prazo e na avaliação de contratação de bens e serviços. Sugere também a criação de uma ouvidoria, a publicação de todos os contratos na internet, a adoção de novos critérios de seleção para integrar o Conselho Fiscal da entidade, e a criação de um regulamento para contratações com padrões de governança mínimos, como pesquisa de preços e proibição de contratar pessoas ligadas à CBV.
- A auditoria não identificou responsabilidade do BB nas irregularidades, mas concluiu que o banco deve adotar medidas para mitigar os riscos que assume nesse tipo de patrocínio. Entre as recomendações à instituição financeira estão o fortalecimento dos controles internos em relação aos patrocínios e uma atitude de cobrança em relação à CBV para que a entidade seja mais transparente e acabe com as contratações irregulares.
- A CGU informou que começou a averiguar as contas e procedimentos adotados pela CBV após denúncias de falta de transparência nas contratações feita pela diretoria da entidade.
GESTÃO QUESTIONADA
- Não é a primeira vez que Ary Graça tem sua gestão questionada. Em 2006, o Tribunal de Contas da União (TCU) investigou a compra de carros de luxo sem licitação, contrariando uma recomendação do próprio TCU para entidades esportivas que recebem dinheiro público. Além do patrocínio do BB, a CBV recebe recursos da Lei Agnelo/Piva, que destina 2% da arrecadação das loterias para confederações. Na época, o banco informou que pediu informações sobre a compra dos carros de luxo para uso do dirigente, e também sobre o fato de Graça ter levado convidados para se hospedarem no Centro de Treinamento do Vôlei. O centro foi construído em Saquarema para abrigar seleções nacionais e até equipes de outros esportes.
Fonte: globo.com